Açoriano Oriental
Covid-19
PCP pede balanço das consequências do estado de emergência

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu esta sexta feira ser necessário um balanço das consequências do estado de emergência, e considerou hoje que os portugueses tem dificuldade em perceber que medidas é que estão em vigor.

PCP pede balanço das consequências do estado de emergência

Autor: AO Online/ Lusa

Em declarações aos jornalistas à margem de uma reunião com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), Jerónimo de Sousa foi questionado sobre a renovação do estado de emergência, autorizada hoje pelo parlamento, apesar do voto contra do PCP.

“Eu creio que nós deveríamos, de forma serena e desdramatizada, considerar quais foram os efeitos das medidas através da reposição do estado de emergência. Que balanço é que se faz?”, afirmou Jerónimo de Sousa.

“O que é que este setor da hotelaria tem de mal, por exemplo, servir uma refeição a um sábado até à hora de almoço, ao ar livre, com condições de higiene e de segurança, para estar em casa, confinado no plano familiar. Quais são as consequências?”, questionou.

O secretário-geral do PCP considerou igualmente que “uma dificuldade que o povo português hoje tem é perceber as medidas”, indicando que “é a pergunta que mais” lhe fazem.

“As pessoas estão preocupadíssimas. Gostariam de respeitar todos os normativos que estão em vigor, mas têm que lhes explicar, e creio que esse é o défice real que existe, particularmente no plano da compreensão das pessoas”, advogou.

Jerónimo de Sousa defendeu que é necessário “continuar este debate contra a covid-19”, mas “num quadro de pedagogia, e não de imposição”, e salientou “a importância da retoma, no plano económico e no plano social, porque um país parado não tem futuro”.

Na ótica do líder comunista, “é possível compatibilizar a atividade empresarial” com “o respeito pelos trabalhadores”.

“Tudo isso é possível, e esta articulação entre a possibilidade de combater o vírus por esta forma pedagógica, tomando as medidas que são necessárias, e ver as empresas outra vez a laborar, é fundamental porque é por aí que passa o futuro. E como disse, um país que não produza é um país condenado”, advogou.

O parlamento autorizou hoje o Presidente da República a declarar a renovação do estado de emergência em Portugal a partir de terça-feira para permitir medidas de contenção da covid-19, com votos a favor de PS e PSD.

Votaram contra esta renovação do estado de emergência PCP, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e a deputada não inscrita Joacine Katar Moreira.

BE, CDS-PP e PAN abstiveram-se, enquanto a deputada não inscrita Cristina Rodrigues votou a favor.

O atual período de estado de emergência começou às 00:00 no passado dia 09 e termina às 23:59 da próxima segunda-feira, 23 de novembro e o próximo, que deverá ser hoje decretado pelo Presidente da República, vai decorrer entre 24 de novembro e 08 de dezembro.

O ministro da Administração Interna deu hoje como quase certo que a Assembleia da República terá de aprovar dentro de duas semanas uma segunda prorrogação do estado de emergência a partir de 09 de dezembro.


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