Autor: Lusa/AO Online
Numa nota de imprensa enviada à comunicação social, os comunistas, que não têm atualmente assento no hemiciclo açoriano, afirmam que o Programa do XIII Governo dos Açores é um “enunciado de intenções que, vindo a concretizar-se em ação, pouco irá contribuir para o desenvolvimento harmonioso das nove ilhas e para a melhoria da qualidade de vida dos açorianos”.
“É um programa que contraria as necessidades e aspirações do povo açoriano em matéria de combate à pobreza e exclusão social, estímulo à produção regional, dinamização do mercado interno e diminuição da dependência externa”, declara o PCP/Açores.O plano apresentado, refere, “deixa pairar uma neblina em diversas matérias" - é o caso "das áreas da saúde, educação, produção, valorização dos trabalhadores, do trabalho, do papel central do Estado para o desenvolvimento da região e para fazer face à crise económica provocada pela pandemia”.
Os comunistas, liderados nos Açores por Marco Varela, consideram que é necessário “mais investimento público" e dizem que fica "demonstrado, mais uma vez, o que já é claro desde o início: este não é um governo movido pela defesa dos interesses da região, mas sim de interesses de promoção da direita e da extrema-direita", servindo como “moeda de troca por acordos feitos fora dos Açores e palco para ambições pessoais".
Para o PCP/Açores, as matérias consideradas prioritárias “não contribuirão para combater a pobreza, os baixos salários ou o desemprego, nem para aumentar a produção regional”.
Na sua perspetiva, servirão para “alimentar populismos, degradar a democracia e usar a identidade cultural açoriana para esconder os verdadeiros interesses políticos e económicos que servem, no fundo, o acentuar das desigualdades e o enriquecimento de um pequeno grupo de grandes empresários regionais”.
O PCP quer manter na esfera pública as “empresas estratégicas para a região, reforçando o setor público empresarial.
No seu entender, o desenvolvimento implica “melhores salários, formação profissional, trabalho com direitos, reforço dos apoios às micro, pequenas e médias empresas, dos complementos sociais regionais, como o abono de família, e do complemento regional de reformas”.
O Programa do Governo dos Açores, que tem José Manuel Bolieiro (PSD) como presidente e Artur Lima (CDS-PP) como vice-presidente, reconhece que a região "vive uma situação económica e social delicada" e admite que a pandemia agravou "debilidades" nesses dois campos.
De acordo com o Governo Regional, "a estabilidade política decorrente de uma maioria plural no plano parlamentar tem de traduzir-se numa governação que permita aos Açores terem ganhos substanciais em relação aos indicadores médios da União Europeia e uma diminuição do peso do Estado e da região na economia e na sociedade".