Açoriano Oriental
Debate quinzenal
PCP critica Governo por "não tocar" nos lucros das petrolíferas
O líder parlamentar do PCP defendeu hoje que o bloqueio dos transportadores de mercadorias mostrou a fragilidade e dependência do país face ao exterior e criticou o Governo por "não tocar nos lucros" das petrolíferas.

Autor: Lusa / AO Online
"As propostas do Governo não vão onde é preciso ir, aos lucros especulativos" das petrolíferas, afirmou Bernardino Soares, referindo-se ao acordo alcançado entre o Governo e as transportadoras de mercadorias que pôs fim ao bloqueio dos camionistas que afectou o abastecimento de bens essenciais e combustíveis.

    "Nos lucros totalmente especulativos aí não se toca. Nos direitos dos trabalhadores, aí sim. Este acordo vai beneficiar sobretudo as grandes empresas e abre a porta à desregulamentação dos trabalhadores do sector", afirmou Bernardino Soares, que pediu ainda ao Governo que "ponha o Código do Trabalho na gaveta tal como fez com o socialismo".

    No debate quinzenal com o primeiro-ministro, Bernardino Soares considerou que a crise dos últimos dias "mostrou que a economia está nas mãos dos accionistas" e a fragilidade do país, a falta de reservas e a dependência do exterior perante a "falta de previsão do Governo" que "apenas reage" aos problemas.

    Sócrates recusou que o Governo tenha agido apenas em reacção aos protestos, afirmando que já na semana passada tinha encetado negociações com representantes dos transportadores de mercadorias.

    "O Governo não foi a correr atrás dos protestos nem cedeu a demagogias nem a facilidades", disse Sócrates, afirmando que as ajudas prestadas "eram necessárias mas tinham limites".

    Bernardino Soares questionou ainda o Governo sobre o complemento de pensão de reforma que está a ser atribuído aos pensionistas, exibindo um documento da Segurança Social que dá 1 euro de complemento a um idoso que tinha requerido a ajuda.

    "A média" do complemento que é atribuído hoje a "mais de 80 mil idosos" é de 80 euros, respondeu José Sócrates, sem se referir ao caso concreto.

    Sobre a ausência do ministro da Economia de uma reunião numa cimeira com ministros europeus sobre combustíveis na semana passada, José Sócrates precisou que Manuel Pinho não pode estar presente por ter em Portugal um encontro já previsto com investidores estrangeiros, assegurando que a posição de Portugal foi transmitida pelo representante permanente do país.
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