Açoriano Oriental
PCP admite acordo pós-eleitoral nos Açores caso não haja maioria absoluta

O novo líder do PCP/Açores, Marco Varela, não descarta a possibilidade de um acordo pós-eleitoral com o Partido Socialista caso não haja maioria absoluta no arquipélago, nas eleições legislativas regionais de 2020.

PCP admite acordo pós-eleitoral nos Açores caso não haja maioria absoluta

Autor: Lusa/AO Online

"Com uma correlação de forças diferente da atual no parlamento regional [onde o PS tem maioria absoluta], se calhar é possível, além dos avanços com a força do PCP, que foram introduzidos agora, no Plano e Orçamento para 2019, avançarmos mais, naturalmente", admitiu o dirigente comunista, em conferência de imprensa, na cidade da Horta, na ilha do Faial.

Marco Varela respondia, assim, a uma pergunta dos jornalistas sobre a possibilidade de um entendimento com os partidos de esquerda nos Açores, embora tenha feito depender um eventual acordo das conversações necessárias entre os diferentes partidos políticos.

"As contas fazem-se no final", advertiu o líder dos comunistas açorianos, que manifestou, ainda assim, "abertura para falar com todos" os partidos na região, após o ato eleitoral.

O dirigente recordou as vantagens que o país teve com a intervenção do PCP no Governo da República de António Costa nesta legislatura que agora está a terminar, adiantando que é necessário "aprofundar" esse caminho.

"A vida está a provar o quão importante é reforçar o PCP e a CDU para fazer avançar o país e melhorar a vida dos portugueses", insistiu o líder regional comunista, adiantando que os eleitores "sabem que ganharam" com a ação do PCP.

Porém, recordou que “o progresso e o desenvolvimento" verificados em Portugal nos últimos quatro anos só foram possíveis porque o PS não tinha maioria absoluta.

"Não se pode deixar o PS de mãos livres para prosseguir a política de direita, de que foi um dos protagonistas nas últimas décadas, também por causa da sua subordinação às orientações de uma União Europeia que serve, essencialmente, o capital, perseguindo objetivos de exploração dos trabalhadores e do povo", advertiu Marco Varela.

Os comunistas açorianos, que estiveram reunidos este fim de semana na Horta, para uma análise da situação política regional e nacional, voltaram a insistir na necessidade de serem criados mecanismos de apoio aos ex-trabalhadores da conserveira COFACO, que foram despedidos na ilha do Pico.

"Para o PCP/Açores, é inadmissível que ainda não tenha sido concretizada a resolução aprovada na Assembleia da República, por unanimidade, relativa aos apoios aos ex-trabalhadores da COFACO", lamentou o líder regional do partido.

Marco Varela alertou também para a importância da defesa dos trabalhadores portugueses na base das Lajes (ilha Terceira), cujos direitos laborais têm sido postos em causa, e para a necessidade de uma revisão do atual acordo laboral entre os norte-americanos (que gerem aquela infraestrutura militar),e o Governo português.

"Estes trabalhadores continuam confrontados com um conjunto de questões laborais que põe em causa os seus direitos, nomeadamente no acesso à justiça e em matéria de saúde e segurança no trabalho, parentalidade, estatuto de trabalhador-estudante e da prevenção contra o assédio no trabalho", lembrou o PCP/Açores.


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