Papa Bento XVI adia decreto para canonização de Pio XII para reflexão

O papa Bento XVI ainda não assinou o decreto sobre as "virtudes heróicas" de Pio XII, etapa indispensável para beatificar esse seu antecessor, que é acusado de passividade face à Shoah, "porque deseja boas relações com os judeus", declarou hoje um religioso, o padre Peter Gumpel.


    Peter Gumpel, que é o "postolador" (defensor) da causa de Pio XII no processo de beatificação, considerou em entrevista à agência ANSA que o procedimento para a canonização está concluído e que apenas falta a assinatura do Sumo Pontífice.

    Para ser proclamado santo, uma vez assinado por Bento XVI o decreto sobre as suas "virtudes heróicas", ainda terá que ser atribuído a Pio XII um milagre.

    Bento XVI defendeu, há duas semanas atrás, a memória de Pio XII numa missa evocativa do 50º aniversário da sua morte e desejou para breve a sua beatificação, mas lamentou que o balanço sobre a vida e obra do antigo papa continue a ser ofuscado por um debate "nem sempre sereno".

    "O papa ainda não assinou o decreto, por julgar oportuno mais algum tempo de reflexão", comentou na altura o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi.

    As oposições à beatificação do papa Pacelli circulam não apenas entre representantes da comunidade judaica, mas também na Igreja Católica, onde muitos preferem o seu sucessor imediato, João XXIII.

    Segundo o padre Peter Gumpel, Bento XVI "deseja ir a Israel o mais depressa possível", mas não o fará enquanto não for retirada a legenda aposta à fotografia de Pio XII no Museu da História da Shoah de Yad Vashem, em Jerusalém, que constitui "uma evidente falsificação da História", segundo a mesma fonte.

    Esta legenda acusa o papa Pio XII de não ter levantado a sua voz contra a Shoah.
PUB

Premium

A funcionar desde outubro, a Unidade de Hospitalização Domiciliária do Hospital do Divino Espírito Santo já internou 18 doentes em casa, oferecendo cuidados de nível hospitalar no domicílio, com uma equipa multidisciplinar dedicada, menor risco de infeções e quedas, maior conforto para o doente e melhor gestão das camas hospitalares