Autor: AO Online/ Lusa
Nascido na ilha de Saaremaa, a 15 de outubro de 1987, quando o país ainda estava integrado na União Soviética, Tanak cedo se mostrou um apaixonado por carros. Sagrou-se campeão nacional com apenas 21 anos, em 2008, correndo pela equipa do compatriota Markko Martin, a estrela maior dos estónios nos ralis, até agora.
Tanak, que acabou hoje com uma série de 15 títulos franceses, nove de Sébastian Loeb (2004/12) e seis de Sébastian Ogier (2013/18), repetiu a dose um ano mais tarde, antes de chegar ao Campeonato do Mundo de Ralis em 2009.
A estreia foi no Rali de Portugal, terminando na 20.ª posição. A subida à categoria principal aconteceu em 2012, mas sem grande sucesso, pois acabou despedido no final da época.
Regressou ao Mundial em 2014, alternando entre o SWRC e o WRC, novamente com um Ford da M-Sport. Mais maduro, conseguiu ser quinto na Suécia, vencendo a categoria SWRC na Polónia. Os resultados valeram-lhe novo convite para a M-Sport, agora a tempo inteiro, em 2015.
No México, sofreria um dos acidentes mais notáveis do Mundial, ao cair dentro de um lago. Conseguiu escapar antes de o carro ficar totalmente submerso. Voltaria a perder o lugar no final do ano, ingressando na D-MACK, uma equipa privada.
Em 2017, regressou à M-Sport para ser companheiro de equipa do francês Sébastien Ogier, seu principal adversário nos últimos dois anos.
Os 30 anos trouxeram mais maturidade ao piloto, que conseguiu refrear a impetuosidade que tantas vezes lhe custou bons resultados. Conseguiu as primeiras duas vitórias no campeonato, na Sardenha e na Alemanha, terminando o ano na terceira posição.
Sentindo que tinha pouco espaço para brilhar ao lado de Ogier, mudou-se para a equipa oficial da Toyota. Orientado pelo antigo campeão mundial, o finlandês Tommi Makkinen, tornou-se a principal revelação de 2018, ao lutar pelo título até à derradeira prova, para terminar com quatro vitórias.
Em 2019, surgiu como um dos favoritos, estatuto que rapidamente tratou de confirmar, com a vitória no rali da Suécia, segunda prova do ano.
Regressaria aos triunfos apenas na sexta ronda, no Chile, mas depois venceu também em Portugal, na Finlândia e na Alemanha. Pelo meio perdeu um triunfo certo em Itália devido a uma avaria na direção na derradeira especial da prova, quando liderava confortavelmente.
Na Turquia, voltou a ter problemas mecânicos, regressando às vitórias na Grã-Bretanha, sexta da temporada.
Os problemas mecânicos sofridos este ano nessas ocasiões deixaram Ott Tanak agastado com a Toyota. A Hyundai não perdeu tempo e tem estado a tentar convencer o piloto nórdico a uma mudança de ares na próxima temporada.
Considerado um piloto "determinado e intenso" por quem o conhece, é um homem de poucas palavras, mas sem rodeios, que diz o que tem para dizer.
Confessa que ser "segundo ou terceiro, é bom, mas a satisfação chega apenas com a vitória".
Casado desde 2016, é pai de dois filhos. Já este ano viu estrear o documentário ‘Ott Tanak, o filme', sobre os bastidores da carreira do piloto. Uma estreia premonitória sobre o título que haveria de chegar hoje.