Açoriano Oriental
Oposição diz que 23 anos de governação PS nos Açores não resolveu desigualdades e Governo contrapõe

Os partidos da oposição consideraram que 23 anos de governação socialista nos Açores não combateu o "monstro da desigualdade", enquanto o Governo Regional contrapôs que existe um eficaz quadro de “instrumentos de redistribuição” de recursos.

Oposição diz que 23 anos de governação PS nos Açores não resolveu desigualdades e Governo contrapõe

Autor: Lusa/AO online

Na sequência de um debate de urgência sobre desigualdades sociais, promovido na Assembleia Legislativa Regional dos Açores, por iniciativa do BE/Açores, o deputado do Bloco Paulo Mendes considerou que o problema "persiste na região” e “aumenta em linha com a pobreza” numa sociedade açoriana onde “subsistem traços feudais”.

O parlamentar disse que o Governo Regional “demonstra total incapacidade para tomar medidas arrojadas” para atenuar a desigualdade, tendo referido que a região “consolida-se como a mais desigual do país”.

De acordo com Paulo Mendes, os Açores são “a região do país com uma maior percentagem de famílias a auferir até 6.790 euros por ano, ou seja, 8% das famílias açorianas auferem de rendimentos até somente 480 euros”.

Para o deputado social-democrata Bruto da Costa, 23 anos de governação socialista nos Açores e 4 mil milhões de euros de fundos comunitários depois, gerou-se a região “mais desigual” do país e da Europa, o que revela que as políticas e medidas adotadas “fracassaram no arquipélago”.

De acordo com o deputado ‘laranja’, “36% dos açorianos, em 2018, encontravam-se em risco de pobreza”, números que, a par de outros indicadores sociais, “indignam e envergonham”.

A deputada socialista Renata Botelho considerou que o BE/Açores “não tem legitimidade para dar lições” nesta matéria ao PS e ao Governo Regional, salvaguardando que o partido orgulha-se do património que tem nesta matéria.

Direcionando-se à bancada social-democrata, relembrou palavras de um seu antigo líder, Álvaro Dâmaso, que elogiou os progressos alcançados pela região.

Já o deputado do PPM/Açores Paulo Estevão considerou que o socialismo na região “desenvolve políticas assistencialistas que promovem dependências”, enquanto o PS “não consegue resolver um problema de 23 anos numa região com capacidades de desenvolvimento”.

Na sua opinião, os resultados alcançados pela governação socialista “não são significativos” porque foi-se "incapaz de derrubar o monstro que é a desigualdade", que se “continua a incrementar na região”.

A centrista Catarina Cabeceiras destacou que, comparativamente com o todo nacional, os dados de 2017 "continuam a atribuir à região um dos lugares da cauda do risco de pobreza", o que "quer dizer que um em cada quatro dos açorianos vivem em inequívoca privação".

A região é mesmo uma parcelas do país "com maior desigualdade de distribuição de rendimentos", de acordo com a deputada.

A secretária regional da Solidariedade Social, Andreia Cardoso, apontou vários indicadores sociais em que, na sua leitura, se registaram progressos no combate das desigualdades sociais, e citou estatísticas que apontam que “há mais 7.048 açorianos a trabalhar do que no início desta legislatura", sendo que a população empregada "atingiu o maior valor de sempre desde 1985 na região”.

De acordo com a governante, este é um “sinal de que as políticas de emprego têm vindo a melhorar substancialmente e as empresas começam a sair da situação instável em que se encontravam e a contratar mais”, o que se traduz em “mais rendimento”.

“Existe na região um quadro de instrumentos de redistribuição de recursos que respondem a essa necessidade, de que são exemplos o valor acrescido de 5% do salário mínimo face ao salário mínimo nacional, o Complemento Regional de Pensão, que em 2018 representou um apoio suplementar a cerca de 33 mil idosos, num investimento total de 25,5 milhões de euros", disse a secretária regional.

A governante destacou ainda o Complemento Regional ao Abono de Família de crianças e jovens, que "se traduziu em 2,5 milhões de euros distribuídos por 35 mil crianças e jovens", ou o apoio na aquisição de medicamentos, o COMPAMID, que apoiou "mais de cinco mil açorianos em quase um milhão de euros”.


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