Oposição critica proposta de Programa do Governo dos Açores

Os partidos da oposição no parlamento dos Açores criticaram hoje a proposta de Programa do Governo Regional, do PS, para os próximos quatro anos.


 

No debate na Assembleia Legislativa Regional, na Horta, ilha do Faial, após o discurso do presidente do Governo dos Açores, o líder do grupo parlamentar do PSD, António Marinho, prometeu que o partido não se vai limitar a fiscalizar a ação governativa e vai defender o projeto social-democrata alternativo.

António Marinho salientou que o desemprego mantém “taxas elevadas”, que “o emprego precário é uma realidade” e que muitas famílias vivem com grandes dificuldades, acrescentando que “o setor público empresarial continua a atolar-se em dívidas”, com algumas empresas em falência técnica.

Já Paulo Estêvão, do Partido Popular Monárquico, lamentou a “falta de hierarquização de prioridades e de definição de uma estratégia ambiciosa de crescimento económico”, considerando, por outro lado, que nas políticas sociais, nomeadamente na saúde e na educação, o Governo Regional “opta por políticas de continuidade”.

“A política de combate ao desemprego, para além dos programas ocupacionais, não convence”, sustentou ainda.

O deputado centrista Artur Lima acusou o executivo açoriano de ter capitulado frente aos norte-americanos devido ao desmantelamento do radar meteorológico, o único na região, instalado na base das Lajes, e felicitou o chefe do executivo açoriano, Vasco Cordeiro, que após ter chumbado uma iniciativa do CDS anunciou a intenção de criar não um, mas dois orçamentos participativos na região.

O deputado comunista, João Paulo Corvelo, que anunciou na terça-feira votar contra a proposta do Programa do Governo, questionou, entre outras matérias, sobre a selagem da lixeira de Santa Cruz das Flores ou o centro de saúde das Lajes das Flores.

Paulo Mendes, do BE, destacou que, sendo o desemprego “a prioridade das prioridades”, este combate não pode “servir para que se utilizem desempregados como se de carne para canhão se tratassem, para promover o lucro de alguns ou a poupança de outros”.

O líder da bancada parlamentar socialista, André Bradford, disse que faz confusão a opção de quem anuncia “que é contra o que ainda não debateu e que é contra aquilo que prescindiu de querer esclarecer”.

André Bradford disse ainda estranhar “quem se queira colocar à margem das suas responsabilidades” declarando-se indiferente ao Programa do Governo que resulta dos compromissos eleitorais do PS, como se não fosse um “imperativo democrático” e como se o partido não tivesse recebido um mandato do povo açoriano.

O chefe do executivo, dirigindo-se a António Marinho, acusou o PSD de querer "fazer deste debate e desta legislatura aquilo que fizeram na campanha, um concurso de puxar para baixo os Açores".

Sobre o radar meteorológico, sustentou que o anterior Governo da República (PSD/CDS-PP) nada fez sobre o assunto.

Ao deputado comunista, Vasco Cordeiro perguntou qual a relevância que atribui às respostas do Governo Regional, dado que “à partida chumbará o programa”.

 

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