Autor: Lusa/AO Online
As 20 classificativas especiais do Rali de França dificilmente poderiam reunir mais pontos de interesse: um piloto francês (Sebastian Ogier) a um ponto de se sagrar campeão do Mundo, uma inédita Powerstage a abrir o rali, que pode dar o título logo na quinta-feira em vez de ser no final da prova, e a despedida do nove vezes campeão do Mundo Sebastian Loeb, que é natural da região onde decorre o rali.
A participação de Loeb no Rali da França (a quarta e última prova em que o piloto participa esta época), e a retirada de competição no final da prova, pode retirar algum do brilho à mais que provável consagração de Ogier, que esteve perto de conseguir o título no último rali, o da Austrália.
Ogier chegou ao último dia de prova na Austrália como virtual campeão, mas o belga Thierry Neuville (Ford Fiesta RS WRC) "roubou-lhe" essa possibilidade ao terminar a prova em segundo lugar.
“Honestamente, foi uma sensação estranha chegar o fim da última etapa e ouvir no rádio: 'Parabéns pessoal, ganhamos o rali... mas temos de esperar pelo título'. Então dissemos: 'Oh... m**da!'. No último minuto foi uma frustração", declarou Ogier ao site oficial do campeonato do mundo de ralis (WRC).
O duelo entre Ogier e o seu "delfim" Neuville pode estender-se às estradas da Alsácia. Caso o belga não ganhe a primeira classificativa em Estrasburgo, que também é a Powerstage (e por isso distribui 3, 2 e 1 pontos aos três mais rápidos), Ogier - que tem neste momento 83 pontos de vantagem - é imediatamente campeão, a duas provas do final da época.
“Por estranho que possa parecer, podemos assegurar o título logo no primeiro dia. Por isso, podemos ser a primeira equipa de sempre a receber o título na quinta-feira à noite!”, declarou Ogier numa nota enviada ao seu clube de fãs, na qual também prometeu empenho total mesmo que se sagre campeão antecipado.
Resta saber se Sebastian Loeb o deixará fazer a festa completa. Nesta temporada, o campeão disse que só participaria em quatro ralis. Até agora correu três, mas desses ganhou dois (Mónaco e Argentina) e fez um segundo lugar na Suécia.
Por outro lado, Loeb ganhou as últimas sete edições do Rali de França. E venceu todas desde que decorre na Alsácia (2010). Foi aqui que conquistou o seu sétimo título de campeão do Mundo, na especial que passou pela sua cidade natal de Haguenau e que este ano também encerra o rali.
A prova decorre de quinta-feira a domingo, em 20 classificativas em estradas de floresta e montanha, com asfalto irregular, secções estreitas e rápidas, sob temperaturas baixas e muito provavelmente chuva, num total de mais de 310 quilómetros cronometrados.