Violência doméstica

Número de mulheres mortas duplicou de 2007 para 2008

O número de mulheres vítimas mortais de violência doméstica quase duplicou de 2007 para 2008, de acordo com a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), que detectou um aumento de 21 casos registados no ano passado para cerca de 40 este ano.


Os números, que resultam de uma análise das notícias publicadas na imprensa portuguesa, são da responsabilidade do Observatório das Mulheres Assassinadas, criado pela UMAR, e vão ser divulgados hoje de manhã no Porto numa conferência onde aquela associação aproveita para apresentar uma campanha que pretende envolver os homens na luta contra a violência doméstica.

    Em declarações à agência Lusa, uma das responsáveis da UMAR, Salomé Coelho, disse que "houve um aumento" de vítimas mortais por violência doméstica, já que em Abril deste ano o número conhecido de mulheres mortas pelos seus companheiros ou ex-companheiros estava muito próximo dos 21 casos registados durante todo o ano passado.

    "Este ano, que ainda não acabou, são à volta de 40" as mulheres que não resistiram às agressões de maridos, companheiros, namorados ou de relações já antigas.

    A responsável sublinhou ainda que os dados finais só serão conhecidos quarta-feira, salientando que por detrás destes números existem "novos fenómenos" de violência doméstica.

    No comunicado da UMAR pode ler-se que 2008 voltou a ser "um ano negro da violência doméstica em Portugal", já que os "homicídios e tentativas ultrapassam os números dos últimos cinco anos".

    De acordo com a associação, um dos fenómenos preocupantes é o número de vítimas "na zona Norte e no distrito do Porto", que obriga a "respostas mais sustentadas, em termos de serviços de atendimento e acompanhamento das vítimas".

    De acordo com o relatório de 2007, sete em cada dez homicidas mantinham uma relação de intimidade com a vítima quando cometeram o crime, sendo que apenas em 19 por cento dos casos essa relação já tinha terminado.

    "O fim da relação não impediu que os agressores tivessem continuado a perseguir a vítima até à morte. Para alguns homens, 'até que a morte nos separe' é levado literalmente", lê-se na página da UMAR sobre o relatório do ano passado.

    Em 2007, para além das 21 mulheres assassinadas, 57 foram vítimas de tentativas de homicídio, sendo Lisboa (13), Aveiro (12), Porto e Santarém (ambos com sete casos) os distritos com mais casos registados. No que toca aos homicídios, Lisboa continua a figurar no topo da tabela com seis casos, seguido de Setúbal (5), Porto e Leiria (ambos com dois).

    Segundo indicam os dados dos últimos anos, os meses de Verão - Julho, Agosto e Setembro - "são sangrentos para as mulheres".
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