Açoriano Oriental
Novo presidente de sindicato de professores dos Açores pede revalorização "urgente" da carreira

O novo presidente do Sindicato Democrático dos Professores dos Açores (SDPA), António Fidalgo, defendeu hoje a necessidade de medidas “urgentes” para tornar a classe mais atrativa, alertando para a falta de doentes na região.

Novo presidente de sindicato de professores dos Açores pede revalorização "urgente" da carreira

Autor: Lusa /AO Online

“Não apenas nas ilhas mais periféricas, mas também nos próprios centros urbanos das ilhas maiores, começamos a ter dificuldade em preencher os horários que estão disponíveis e, portanto, é necessário, com urgência, criar medidas para tornar a nossa profissão mais atrativa”, afirmou, em declarações à Lusa.

António Fidalgo, professor de História na Escola Secundária Domingos Rebelo, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, tomou hoje posse como presidente do SDPA, por um período de quatro anos, substituindo Ricardo Baptista.

O dirigente sindical assumiu como prioridade a “revalorização da docência” nos Açores, com vista a uma “educação de qualidade”. 

“Já é tempo de a educação nos Açores ser considerada como estratégica para o desenvolvimento das várias ilhas. Os decisores políticos têm o dever de seguir e tomar medidas para melhorar a educação nos Açores”, frisou.

Os números do abandono e do insucesso escolar no arquipélago preocupam o novo presidente do SDPA, que considera fundamental melhorar “os índices da região” nestas áreas.

“No nosso entendimento, isso passa muito também por seguir um conjunto de medidas em que os professores estejam envolvidos e que verdadeiramente se faça a revalorização da docência, como forma de podermos ultrapassar esses números”, apontou.

Segundo António Figalgo, a classe docente está cada vez mais “envelhecida” e, apesar de a falta de professores nos Açores não ser tão acentuada como no continente português “nos últimos dois a três anos letivos” tem havido um “aumento significativo” de vagas por preencher.

“Estamos a ficar com uma classe extremamente envelhecida e que necessita também de transmitir aos mais novos aquilo que é a sua experiência e enquadrá-los nas escolas”, salientou.

O presidente do SDPA defendeu uma revisão do Estatuto da Carreira Docente, que torne a profissão “aliciante” e valorize “socialmente” os professores, para que os mais jovens vejam na docência “um futuro”.

“É necessário rever os horários do primeiro ciclo, é necessário corrigir o prejuízo de três anos que a quase maioria dos professores dos Açores tem e que foram sonegados com as normas de transição da anterior carreira”, avançou.

O dirigente sindical considerou ainda que é necessário “alterar as condições de trabalho nas escolas”, para que os professores se possam dedicar mais à educação e menos ao “preenchimento de papeladas”.

Por outro lado, defendeu a criação de um “regime específico de aposentação para os docentes”.

“Nós temos uma carreira demasiado longa e, portanto, é preciso que o desgaste físico e psíquico que esta carreira, reconhecidamente, tem seja repensado, quer em termos do regime específico de aposentação, quer de reduções na componente letiva, que se devem iniciar mais cedo, à semelhança daquilo que acontece noutros países da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico]”, reforçou.



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