Autor: Lusa/AO Online
Netanyahu indicou, durante uma reunião parlamentar do seu partido, o Likud, que Israel “não recebeu uma proposta sobre a libertação de quatro reféns em troca de um cessar-fogo de 48 horas em Gaza”, frisou Omer Dostri, em comunicado.
“Se esta proposta tivesse sido feita, o primeiro-ministro tê-la-ia aceite imediatamente”, acrescentou o porta-voz, referindo-se à proposta anunciada pelo Egito no domingo.
A principal proposta em debate foi anunciada no domingo pelo Presidente do Egito Abdel Fattah al Sissi na qual propôs um cessar-fogo de 48 horas para libertar quatro reféns israelitas e “reconstruir a confiança entre os mediadores e Israel”.
Além disso, o Egito indicou que, dez dias após a implementação desta trégua temporária, um cessar-fogo definitivo à guerra em Gaza, depois de mais de 43 mil mortes, seria negociado em conversações na capital egípcia.
O líder da Mossad (serviços de informação israelitas), David Barnea, regressou hoje a Israel vindo de Doha (Qatar), onde manteve reuniões com o chefe da CIA (Agência Central de Inteligência dos EUA), William Burns, e com o primeiro-ministro do Qatar, Mohamed bin Abderrahman, que atua como interlocutor do grupo islamita Hamas, que não participa diretamente nas negociações.
“O responsável da Mossad está a tomar medidas para tentar ligar as duas áreas (Gaza e Líbano) e beneficiar das conquistas estratégicas no confronto com o Hezbollah”, destacaram à agência Efe fontes próximas das negociações, que falaram sob anonimato.
As mesmas fontes acrescentaram que Israel está a considerar chegar a "um acordo político" na fronteira norte de Israel, presumivelmente relacionado com a resolução 1701 que pôs fim à guerra de 2006 no Líbano, "bem como um pacto" para libertar reféns detidos pelo Hamas em Gaza.
Após o assassinato do líder do Hamas, Yahya Sinouar, os mediadores, especialmente os Estados Unidos, apelaram a que se aproveitasse a oportunidade para alcançar uma trégua em Gaza, enquanto o Hezbollah reiterou o seu compromisso de parar os seus ataques contra Israel assim que a guerra na Faixa de Gaza terminar.
O conflito foi desencadeado em 07 de outubro de 2023 com um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, que matou mais de 1.200 pessoas, sobretudo civis, e outras cerca de 250 foram levadas como reféns.
Israel retaliou com uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já deixou mais de 42 mil mortos, também maioritariamente civis, de acordo com as autoridades locais controladas pelo grupo palestiniano.