Açoriano Oriental
Museu lança-se no objectivo da certificação
A direcção do Museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, pretende que esta estrutura obtenha o certificado de qualidade passado por uma entidade externa credenciada, com o aval do Instituto Português dos Museus.

Autor: Paulo Faustino

O objectivo já foi traçado pelo seu responsável, Duarte Melo, para quem a iniciativa irá dar maior qualidade ao serviço público oferecido pelo principal museu de São Miguel. "Temos um plano de melhorias já elaborado, estamos agora na fase de procedimentos, e o nosso desejo era tornar o museu credível, pontuado pela qualidade e isto é possível fazer com muito empenho e trabalho. Está a ser feito, mas precisamos de mais gente". O primeiro passo para a concretização daquela intenção já foi iniciado com o encerramento do edifício-sede, o Convento de Santo André, para obras de remodelação e ampliação, incluindo a recuperação do antigo Recolhimento de Santa Bárbara, para funcionar como uma extensão do museu (existe ainda o Núcleo de Arte Sacra na Igreja do Colégio dos Jesuítas). Duarte Melo enfatiza o salto quatitativo que o museu dará ao nível das suas instalações e equipamentos, que incluirão "reservas em condições", adequado mobiliário, climatização e acondicionamento das peças.

Melhorias que irão estender-se à rede interna de comunicação e ao sistema de inventário dos objectos que constituem o acervo museológico.

No final, as alterações introduzidas no museu irão "favorecer a unificação dos museus regionais e nacionais", e com isso contribuindo para a obtenção do certificado de qualidade. Mas, até chegar aí, há uma série de coisas por fazer "e que ainda estamos muito distantes de conseguir" no plano das "condições físicas e materiais em termos de pessoal, de atitudes, de procedimentos e processos".

Na verdade, "é preciso investir mais na produção cultural em áreas que merecem ser investidas. Há que investir muito mais nos museus a nível do plano de actividade – que conta anualmente com uma verba de apenas 50 mil euros – como noutras áreas, de que é o exemplo da conservação". Duarte Melo constata a falta, no Museu Carlos Machado, de técnicos superiores e "espero bem que se admita mais gente para que o museu possa cumprir a sua função".

 

Duarte Melo "despede-se" do museu

 

Duarte Melo termina o seu mandato à frente do Museu Carlos Machado dentro de dois anos e meio, prazo findo o qual não se mostra disponível para ser novamente reconduzido. A sua explicação para a saída é simples: "Não é bom para ninguém ficar muito tempo nos mesmos sítios por várias razões e eu, pela minha maneira de ser, sou uma pessoa que não gostar de estar muito tempo nos sítios". Demonstração de desgaste? Duarte Melo não o nega. Até porque tudo o que dá "sentido à vida implica desgaste". "Desgasto-me por causas justas, públicas, que tenham a ver com o bem comum e com valores que eu acredito". Para o futuro, o também pároco da freguesia da Fajã de Cima não descarta nenhuma pssibilidade de enveredar por uma área de trabalho alternativa da museologia. "Há tantas áreas, é uma questão de estarmos atentos e de olharmos o mundo..."

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