Autor: Rui Leite de Melo
Para já, José Franco, membro da Comissão Especializada de Comércio, é a única pessoa a assumir as críticas frontalmente e a responsabilizar Costa Martins de “má gestão” à frente da associação representativa do sector.
O conhecido comerciante da baixa de Ponta Delgada afirma que “não tenho medo de dizer a verdade” e diz existir uma crescente contestação interna na associação à actual direcção.
José Franco garante receber “dezenas e dezenas de telefonemas”, e que há uma indignação dentro da Câmara do Comércio porque o presidente é uma pessoa que “não percebe nada de comércio e que não pergunta nem dá esclarecimentos. Pessoalmente -enfatiza- não o vejo na Câmara há cerca de dois anos”, acrescentando haver “grandes convulsões lá dentro”.
O sócio referia-se em particular a uma eventual divisão existente entre os próprios membros dos órgãos sociais da associação.
Costa Martins nega divisão
Este cenário de contestação é algo que o presidente da direcção da CCIPD garante não existir, ou de, pelo menos ,desconhecer em absoluto.
Respondendo às críticas verbalizadas por José Franco, Costa Martins é directo: “Quando se está em lugares públicos e de chefia temos de estar preparados para ser contestados. Mas, o que tem havido ultimamente na Câmara do Comércio é a situação de um sócio a quem foram dadas pela minha direcção responsabilidades na Mesa do Comércio, que ao contrário de qualquer outro optou por não ter o dever e a hombridade em falar bem da associação que representa”.
“Motivações pessoais ou pretensões de ter um tratamento especial” serão as motivações do sócio contestatário, diz o responsável pela CCIPD, para pormenorizar: “quando os sócios não concordam vão às reuniões e assembleias gerais, espaços onde se tratam de tais questões. Não existe nenhum pedido do senhor José Franco para fazer uma reunião com a direcção, que reúne todas as semanas. Todas as direcções especializadas falam com a direcção e apresentam documentos e propostas de actuação para o ano, mas não a do Comércio”, refere.
“José Franco, se nos últimos três anos fez três reuniões com a Comissão foi muito, e nunca apresentou à direcção um papel, um documento, uma ideia para que a direcção avançasse e fizesse algo. As comissões especializadas existem para apoiar e propor medidas”, acrescenta. Devolvendo as críticas, salienta: “Quem não cumpre os estatutos da sua comissão é o sócio em causa, que devia reunir com os seus colegas. A direcção reúne todas as semanas e cumpre o que está nos estatutos”.
Quanto ao cerne da crítica, esclarece Costa Martins que a Moda Açores “não é feita para o comércio local”, e tem duas grandes vertentes: “a primeira é a promoção turística dos Açores no exterior. A outra respeita às estilistas regionais e a oportunidade destas mostrarem as suas colecções. Os custos com a vinda dos modelos e da estilista foram de 35750 euros, custeados integralmente pelo programa de promoção da Direcção de Turismo".