Açoriano Oriental
Moda Açores cria mal-estar na Câmara do Comércio

A realização da Moda Açores 2008 estará na base de uma alegada contestação  dos profissionais do comércio tradicional à gestão de Costa Martins, presidente da Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada.


Autor: Rui Leite de Melo
Entre alguns comerciantes da baixa da cidade do dito comércio tradicional, ouvidos pelo AO, repetiram-se as críticas à pujança do evento e aos gastos feitos “em tempo de crise” com “algo  que não veio beneficiar em nada” o comércio tradicional.
Para já, José Franco, membro da Comissão Especializada de Comércio, é a única pessoa a assumir as críticas  frontalmente e a  responsabilizar Costa Martins de “má gestão” à frente da associação representativa do sector.
O conhecido comerciante da baixa de Ponta Delgada afirma que “não tenho medo de dizer a verdade”  e  diz existir uma crescente contestação interna na associação à actual direcção.
José Franco garante receber “dezenas e dezenas de telefonemas”, e que há uma indignação dentro da Câmara do Comércio porque o presidente é uma pessoa que “não percebe nada de comércio e que não pergunta nem dá esclarecimentos. Pessoalmente -enfatiza- não o vejo na Câmara há cerca de dois anos”, acrescentando haver  “grandes convulsões lá dentro”.
O sócio referia-se em particular a uma eventual divisão existente entre os próprios membros dos órgãos sociais da associação.

Costa Martins nega divisão
Este cenário de contestação é algo que o presidente da direcção da CCIPD garante não existir, ou de, pelo menos ,desconhecer em absoluto.
 Respondendo às críticas verbalizadas por José Franco, Costa Martins é directo: “Quando se está em lugares públicos e de chefia temos de estar preparados para ser contestados. Mas, o que tem havido ultimamente na Câmara do Comércio é a situação de um sócio a quem foram dadas pela minha direcção responsabilidades na Mesa do Comércio, que ao contrário de qualquer outro optou por não ter o dever e a hombridade em falar bem da associação que representa”.
“Motivações pessoais ou pretensões de ter um tratamento especial” serão as motivações do sócio contestatário, diz o responsável pela CCIPD, para pormenorizar: “quando os sócios não concordam vão às reuniões e assembleias gerais, espaços onde se tratam de tais questões. Não existe nenhum pedido do senhor José Franco para fazer uma reunião com a direcção, que reúne todas as semanas. Todas as direcções especializadas falam com a direcção e apresentam documentos e propostas de actuação para o ano, mas não a do Comércio”, refere.
“José Franco, se nos últimos três anos fez três reuniões com a Comissão foi muito, e nunca apresentou à direcção um papel, um documento, uma ideia para que a direcção avançasse e fizesse algo. As comissões especializadas existem para apoiar e propor medidas”, acrescenta. Devolvendo as críticas, salienta:  “Quem não cumpre os estatutos da sua comissão é o sócio em causa, que devia reunir com os seus colegas. A direcção reúne todas as semanas e cumpre o que está nos estatutos”.
Quanto ao cerne da crítica, esclarece Costa Martins que a  Moda Açores “não é feita para o comércio local”, e  tem duas grandes vertentes: “a primeira é a promoção turística dos Açores no exterior. A outra respeita às estilistas regionais e a oportunidade destas mostrarem as suas colecções. Os custos com a vinda dos modelos e da estilista foram de 35750 euros, custeados integralmente pelo programa de promoção da Direcção  de Turismo". 

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