Açoriano Oriental
JMJ
Missa juntou pela primeira vez milhares de voluntários de todo o mundo

Milhares de voluntários para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) juntaram-se pela primeira vez, vindos de todo o mundo e unidos pela fé, pela esperança de paz e pela vontade de retribuir.

Missa juntou pela primeira vez milhares de voluntários de todo o mundo

Autor: Lusa/AO Online

Os jardins do Casino do Estoril, em Cascais, foram palco da missa dos voluntários da Jornada Mundial da Juventude, que se realiza em Lisboa de 01 a 06 de agosto.

Presidida pelo cardeal patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, foi a primeira vez que milhares de voluntários se juntaram antes do início do encontro, que vai contar com a colaboração de mais de 22 mil pessoas, oriundas de 143 países.

Percorrendo o relvado dos jardins, hoje coberto de vermelho, verde e amarelo (as cores das camisolas dos voluntários), contavam-se dezenas de bandeiras de diferentes países e iam-se ouvindo conversas indistintas em diferentes línguas.

"A JMJ mudou a minha vida. É uma experiencia fantástica para viver a fé juntamente com a juventude católica de todo o mundo e sentimo-nos vivos”, disse à Lusa uma das voluntárias, nacional do México, mas a viver nos Estados Unidos da América.

É a quinta vez que Lina Hernandez participa numa JMJ, e a segunda como voluntária depois de ter colaborado na edição que se realizou em 2011 em Madrid.

“Já fui peregrina no passado e o tratamento, amor e felicidade que sentimos… Só queremos retribuir e estar lá para outros peregrinos”, sublinhou.

A vontade de retribuir é um sentimento comum entre os voluntários, sobretudo os “veteranos” nas jornadas.

Lazaro Casso esteve na última edição da JMJ, no Panamá, e recorda um “ambiente muito bom”, em grande parte pelo esforço de todos os voluntários. Por isso, o moçambicano quis agora retribuir para “servir melhor os outros peregrinos”.

Foi o que moveu também Natália Pinilla, que viajou da Colômbia para Lisboa para colaborar no evento, depois de, em 2013, ter estado no Rio de Janeiro enquanto peregrina, onde se apaixonou pelas jornadas. “Desde que soube que poderia ser voluntária que quero fazê-lo e agora consegui ter os recursos para isso”, contou.  

Sentada à sombra de uma árvore, o grupo com quem Lina Hernandez esperava pelo início da missa representa o espírito que antecipa viver enquanto voluntária: seis amigas, que se conheceram há uns dias, provenientes dos Estados Unidos da América, mas todas de nacionalidades diferentes. 

“Não nos conhecíamos. Viemos como voluntárias, conhecemo-nos no primeiro dia e agora temos esta irmandade. Viemos de diferentes ‘backgrounds’, mas temos uma coisa em comum, que é o amor e a fé em Jesus Cristo”, sublinha.

Os voluntários esperam, por isso, que o encontro possa também enviar para o mundo uma mensagem de paz e de união entre diferentes culturas, de que o Papa Francisco tem sido exemplo, aponta a portuguesa Marta Ferreira.

“Esperamos uma união entre culturas de todo o mundo, que era o que se desejaria sempre, mas agora que seja entregue a mensagem com mais impacto”, sublinhou, afirmando estar entusiasmada para o início da JMJ, em que participa pela primeira vez.

Também estreante, Seohyeon Kim, proveniente da Coreia do Sul partilha o mesmo desejo. “O meu próprio país está constantemente preocupado com a possibilidade de uma guerra, mas podemos mostrar ao mundo, ao reunirmo-nos aqui, que toda a gente quer um mundo em paz”.

Poucos minutos após as 16:00, o silêncio inunda os jardins do Casino do Estoril para ouvir a homília. A mensagem do cardeal patriarca de Lisboa foi sobretudo dirigida aos milhares de pessoas que tinha à sua frente, em tom de agradecimento.

Recordando também que o evento, inicialmente previsto para 2022, foi adiado devido à pandemia da covid-19, Manuel Clemente sublinhou que “é uma jornada de desconfinamento juvenil universal, não apenas dos corpos, mas sobretudo daquilo que está dentro deles, das suas almas”.

Mais de um milhão de pessoas são esperadas em Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), com o Papa Francisco, de 01 a 06 de agosto.

Considerado o maior acontecimento da Igreja Católica, a jornada nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso de um encontro com jovens em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures, e no Parque Eduardo VII, no centro da capital.

 


PUB
Regional Ver Mais
Cultura & Social Ver Mais
Açormédia, S.A. | Todos os direitos reservados