Autor: Lusa / AO online
Esta expulsão levou ao rompimento de relações entre o então presidente da Fundação Gulbenkian, Azeredo Perdigão e António de Oliveira Salazar, então chefe do governo, sustenta o investigador Medeiros Ferreira, num livro sobre os 50 anos da Fundação Gulbenkian que será lançado em breve.
Maurice Béjart estava em Portugal a convite da Fundação Gulbenkian e no final do espectáculo "Romeu e Julieta", a 6 de Junho de 1968, subiu ao palco para anunciar a morte do pré-candidato às presidenciais norte-americanas Robert Kennedy, assassinado em Los Angeles.
Aproveitou também para homenagear as vítimas de todas as ditaduras.
"Robert Kennedy foi assassinado... Foi vítima da violência e do fascimo(...) Como todos os que estão aqui esta noite, somos contra as ditaduras...Peço um minuto de silêncio", terão sido as palavas do bailarino, recordadas pelo Diário de Lisboa em 1974.
Com o Coliseu ao rubro, a assistência aplaudiu durante 20 minutos.
Pouco depois, a PIDE foi buscar Béjart ao hotel onde se encontrava hospedado e expulsou-o do país. Foi deixado num posto fronteiriço espanhol, num "sítio deserto", segundo o próprio.
A troca de correspondência entre Azeredo e Salazar na sequência deste episódio revela que o presidente da Fundação Gulbenkian enviou várias cartas ao ditador a pedir-lhe explicações sobre o ocorrido, mas nunca obteve resposta, segundo Medeiros Ferreira.
"Azeredo tomou isso como uma ofensa pessoal e institucional", disse o professor universitário à Lusa.
Maurice Béjart voltaria a Portugal em 1974, logo a seguir à revolução que derrubou a ditadura e voltou a apresentar o mesmo espectáculo "Romeu e Julieta" no Coliseu dos Recreios.
Em 1998, o então Presidente da República Jorge Sampaio condecorou-o com o grau de grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 2004, Béjart, que veio de novo a Portugal com a sua companhia de dança, confessou, numa conferência de imprensa, que já tinha esquecido o incidente ocorrido em 1968.
"Eu disse o que tinha a dizer... O mundo tem tantos problemas em tantos países que a minha pequena história não é assim tão importante", disse o bailarino e coreógrafo.
Maurice Béjart estava em Portugal a convite da Fundação Gulbenkian e no final do espectáculo "Romeu e Julieta", a 6 de Junho de 1968, subiu ao palco para anunciar a morte do pré-candidato às presidenciais norte-americanas Robert Kennedy, assassinado em Los Angeles.
Aproveitou também para homenagear as vítimas de todas as ditaduras.
"Robert Kennedy foi assassinado... Foi vítima da violência e do fascimo(...) Como todos os que estão aqui esta noite, somos contra as ditaduras...Peço um minuto de silêncio", terão sido as palavas do bailarino, recordadas pelo Diário de Lisboa em 1974.
Com o Coliseu ao rubro, a assistência aplaudiu durante 20 minutos.
Pouco depois, a PIDE foi buscar Béjart ao hotel onde se encontrava hospedado e expulsou-o do país. Foi deixado num posto fronteiriço espanhol, num "sítio deserto", segundo o próprio.
A troca de correspondência entre Azeredo e Salazar na sequência deste episódio revela que o presidente da Fundação Gulbenkian enviou várias cartas ao ditador a pedir-lhe explicações sobre o ocorrido, mas nunca obteve resposta, segundo Medeiros Ferreira.
"Azeredo tomou isso como uma ofensa pessoal e institucional", disse o professor universitário à Lusa.
Maurice Béjart voltaria a Portugal em 1974, logo a seguir à revolução que derrubou a ditadura e voltou a apresentar o mesmo espectáculo "Romeu e Julieta" no Coliseu dos Recreios.
Em 1998, o então Presidente da República Jorge Sampaio condecorou-o com o grau de grande oficial da Ordem do Infante D. Henrique.
Em 2004, Béjart, que veio de novo a Portugal com a sua companhia de dança, confessou, numa conferência de imprensa, que já tinha esquecido o incidente ocorrido em 1968.
"Eu disse o que tinha a dizer... O mundo tem tantos problemas em tantos países que a minha pequena história não é assim tão importante", disse o bailarino e coreógrafo.