Soares falava aos jornalistas, à margem de um seminário, sobre a visita do presidente norte-americano, Barack Obama, à Europa, e sobre a sua participação na cimeira internacional do G20.

“Eu, que fui considerado anti-americano primário, agora confio muito e gostaria que a Europa alinhasse ao lado das teses do Obama para atacar a crise”, afirmou o socialista.

Esta aproximação entre os líderes europeus e o presidente americano é uma das medidas concretas que Soares espera que saia da reunião do G20, a par do fim dos paraísos fiscais.

“Gostaria que se acabasse com as roubalheiras, que se fizesse um apelo à justiça internacional e gostaria que a Europa alinhasse com a América”, afirmou.

Mário Soares admitiu, no entanto, estar “preocupado” com a perspectiva de o presidente francês, Nicolas Sarkozy, abandonar a cimeira do G20 se os países não quiserem rever as regras que balizam a actividade financeira.

“Quando um dos dirigentes ameaça, como fez Sarkozy, de poder retirar-se… Isso é uma coisa desagradável, porque o mundo está voltado para esta reunião. Estão ali muitos países, era bom que corresse bem, tenho muita esperança no prestígio e autoridade que vai manifestar o presidente Obama”, concluiu.