Açoriano Oriental
Livro escrito a partir de entrevistas e reportagens ensina famílias a "sair da pobreza"
Vários métodos de poupança a que as famílias podem recorrer para “sair da pobreza” integram o livro ‘A Cartilha da Economia Familiar’, escrito a partir de mais de uma centena de reportagens e entrevistas a pessoas com dificuldades financeiras.

Autor: Lusa/ AO online

“Deixar de ser pobre ou não cair em pobreza é o objetivo dos conselhos que são dados na publicação, porque não faz sentido que alguém seja pobre quando tem um trabalho permanente e um ordenado fixo”, explica o autor, o jornalista açoriano Henrique Dédalo, em entrevista à agência Lusa.

O livro, uma edição do autor que será apresentada na sexta-feira na feira do livro do ‘Outono Vivo’, na Praia da Vitória (Terceira), tem oito dezenas de páginas. A ideia de escrevê-lo surgiu “da experiência de 41 anos de jornalismo a ver e a sentir a vida pobre de muitas dessas pessoas, cuja dificuldade se acentuou com a crise que vivemos”.

Sobre a economia familiar, o maior problema, adianta Henrique Dédalo, é que “a maioria das pessoas gasta uma parte substancial dos seus salários nos seus vícios e, sobretudo e mais grave, nos caprichos dos filhos”.

“Dar mais aos nossos filhos do que aquilo que tivemos é legítimo se o pudermos pagar, caso contrário não há legitimidade”, considera.

Como exemplo, o autor revela que contactou com “uma família de seis pessoas que possuía sete telemóveis, um de reserva para quando algum dos outros avariasse”. No seu entender, “isto não é concebível”.

Mesmo tendo um vencimento baixo “é possível não ser pobre e para isso basta viver de acordo com a dimensão das suas possibilidades financeiras e nisso não há segredo nenhum”, sublinha o autor.

Para os que “são pobres de nascença, ou seja, com fracos recursos”, Henrique Dédalo defende um trabalho de “ajuda na criação da autoestima para saírem da pobreza” de forma a evitar-se “a eterna dependência dos dinheiros públicos”.

Confrontado com as técnicas persuasivas de forte apelo ao consumo, o cidadão por vezes resvala para despesas que, à partida, não espera ter, e para ultrapassar essa pulsão, diz o autor, “tem de ser forte e manter um caderninho com uma contabilidade que lhe imponha limites”.

Primeiro, “é preciso fazer um pequeno mealheiro e depois cada um poder começar a alcançar as metas de possuir alguns produtos com que sonha”, aconselha.

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