Açores/Eleições

Livre alerta para “situação calamitosa” no património natural

O membro do Grupo de Contacto do Livre Filipe Honório alertou este domingo para a “situação calamitosa” que se assiste no património natural dos Açores, defendendo a declaração do estado de emergência climática para “proteger e revitalizar a paisagem”.



“A paisagem verde que hoje vemos não é a que existia há muitos anos. É preciso fazer este alerta porque queremos que as pessoas percebam a gravidade da situação, que muitas coisas já se alteraram e têm impactos negativos nas vivências das populações. Quando há cheias é porque já destruímos cursos naturais que existiam e evitavam essas cheias”, apontou o dirigente do Livre.

Filipe Honório falava à Lusa no dia em que termina a visita aos Açores, no âmbito da campanha para as legislativas regionais de 25 de outubro, tendo visitado o Paul da Praia da Vitória, na Terceira, uma zona ameaçada e com “uma extensão mínima daquilo que já foi em tempos”, onde acontecem “incidentes de alagamento de água”.

“Nós vemos a acontecer nas ilhas vários incidentes em que as águas correm das montanhas e não têm sítio para onde ir porque a construção já avançou de tal forma que já não é possível a água escoar”, lamentou.

Para que se possa fazer face a esta “situação calamitosa”, o dirigente defendeu a declaração do estado de emergência climática para os Açores, que não é apenas simbólico e permitirá “que sejam adotadas políticas públicas”.

Já o próximo passo, indicou, deveria ser a implementação de um plano regional para a biodiversidade que “permita proteger estas áreas, revitalizar e até reflorestar a paisagem açoriana, no sentido de corrigir e reverter alguns dos impactos negativos que a ação humana já teve”.

Neste último dia de visita aos Açores, Filipe Honório fez um balanço “muito positivo” da campanha eleitoral, em que têm como principais bandeiras a “resposta à crise climática e a luta pela igualdade”, apesar de existirem algumas limitações no contexto da pandemia da covid-19.

“O Livre tem vindo a consolidar um resultado nos Açores, tem vindo a crescer nos últimos anos eleitorais e, portanto, a nossa expectativa é que esse crescimento possa continuar, que as ideias de resposta à crise climática e luta pela igualdade continuem a passar para as populações. Um bom resultado para o Livre é aquele em que se continua a consolidar como força política”, mencionou.

José Azevedo, professor universitário, é o líder do partido nos Açores, e o cabeça de lista pelos círculos de São Miguel e de compensação, enquanto o programador informático Nuno Rolo concorre na ilha Terceira.

As legislativas dos Açores contemplam 13 forças políticas candidatas aos 57 lugares da Assembleia Legislativa Regional: PS, PSD, CDS-PP, BE, CDU, PPM, Iniciativa Liberal, Livre, PAN, Chega, Aliança, MPT e PCTP/MRPP.

No arquipélago, onde o PS governa há 24 anos, existe um círculo por cada uma das nove ilhas e um círculo de compensação, que reúne os votos não aproveitados para a eleição de parlamentares nos círculos de ilha.

Nas anteriores legislativas açorianas, em 2016, o PS venceu com 46,4% dos votos, o que se traduziu em 30 mandatos no parlamento regional, contra 30,89% do segundo partido mais votado, o PSD, com 19 mandatos, e 7,1% do CDS-PP (quatro mandatos).

O BE, com 3,6%, obteve dois mandatos, a coligação PCP/PEV, com 2,6%, um, e o PPM, com 0,93% dos votos expressos, também um.


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