Autor: Lusa/AO Online
“Creio que o Presidente [dos EUA] disse isso com uma certa dose de ironia, quando afirmou que os três estariam a conspirar contra os EUA”, declarou Iuri Uchakov, conselheiro diplomático do Presidente da Rússia, citado pela imprensa estatal russa.
“Quero esclarecer que ninguém conspirava nem tramava seja o que for”, sublinhou.
O comentário surgiu após uma publicação de Trump na rede Truth Social, em que escreveu: “Peço que transmita os meus mais calorosos cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto conspiram contra os Estados Unidos”, dirigindo-se ao Presidente da China, Xi Jinping.
A declaração do Presidente foi feita durante as celebrações em Pequim do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico, marcadas por uma parada militar na praça Tiananmen e a presença de diversos líderes mundiais, incluindo Putin, Kim e o Presidente do Irão, Masud Pezeshkian.
Trump acusou ainda a China de “não reconhecer” o sacrifício dos soldados norte-americanos na guerra contra o Japão.
Na véspera, Xi e Putin reuniram-se, durante a cimeira da Organização de Cooperação de Xangai, realizada na cidade costeira de Tianjin, onde reiteraram o reforço da parceria estratégica sino-russa.
“As relações entre a China e a Rússia resistiram a mudanças no cenário internacional e tornaram-se um exemplo do que devem ser as relações entre potências”, afirmou Xi, de acordo com a televisão estatal chinesa CCTV.
Kim Jong-un juntou-se esta manhã (hora local) ao grupo, de fato preto e sorridente, na primeira visita à China desde 2019.
O reencontro entre os três líderes ocorre duas semanas depois de uma reunião entre Trump e Putin no Alasca, num encontro que terminou sem acordo para um cessar-fogo na Ucrânia.
A imprensa norte-americana noticiou que foram equacionadas novas conversações multilaterais, mas estas não se concretizaram até ao momento.