Açoriano Oriental
Jovem doente "gozado" por professor
Adolescente doente de colite ulcerosa foi "gozado" por professor em plena sala de aula. Associação denuncia haver pacientes cujos patrões não os deixam ir à casa de banho. Situações que estiveram ontem em reflexão durante encontro no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada.

Autor: Olímpia Granada
 “Pedro” (nome fictício) é um jovem micaelense de 17 anos de idade que padece de colite ulcerosa, uma doença crónica que lhe foi diagnosticada aos oito anos e que em períodos de crise o obriga a ir muitas vezes à casa de banho tendo sido, por isso, “gozado por um professor”.
A frequentar o 11º ano numa escola secundária de Ponta Delgada, “Pedro” contou ao Açoriano Oriental que mesmo depois da mãe ter explicado e ter entregue na escola documentação médica, o professor em causa perguntava, por exemplo, “sofres de incontinência?”
A mãe não se deixou ficar de braços caídos, tendo mesmo conseguido que o filho passasse a frequentar a casa de banho dos professores, porque as outras “estão tão imundas que até as calças ficavam sujas quando as baixava”. Por isso, diz que pelo menos o conselho executivo percebeu a situação só que “Pedro”, além de não poder comer pizza ou batatas fritas como todos os seus amigos e colegas da mesma idade, teve que passar pela humilhação na sala de aula.
A mãe defende que os doentes de colite ulcerosa e doença de Crohn sejam seguidos por uma equipa  que inclua, além do gastroenterologista, nutricionista e psicólogo.
A partilha desta experiência foi feita à margem da acção de sensibilização feita ontem no Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), em Ponta Delgada, pela Associação Portuguesa da Doença Inflamatória do Intestino (APDI) que juntou médicos especialistas e doentes.
No HDES são seguidos 115 doentes de São Miguel e Santa Maria que sofrem das duas patologias que se costumam manifestar entre os 20 e os 40 anos de idade, provocando sintomas como diarreia com sangue, dor abdominal ou perda de peso.
Cândida Cruz, presidente da APDI, contou que ainda “há patrões que não deixam os doentes ir à casa de banho.”
Estas doenças são geralmente controladas por medicamentos e não são contagiosas.
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