Autor: Lusa/AO online
"O inesperado gesto de Elton John desrespeitou o público e o contrato. Deliberadamente, ele acrescentou conteúdo político ao concerto, que não devia ser nada mais do que um espetáculo de entretenimento", disse o Global, jornal de língua inglesa do grupo Diário do Povo, o órgão oficial do Partido Comunista Chinês.
Elton John, que atuou domingo num pavilhão de Pequim, perante cerca de 12.000 espetadores, dedicou o concerto ao "espírito e talento" do artista plástico Ai Weiwei, um conhecido crítico do governo chinês.
Foi o segundo gesto do género desde que a cantora islandesa Bjork gritou "Tibete, Tibete" no final de uma canção intitulada "Declarar Independência", em Xangai, em 2008.
"A atitude de Elton John levará os promotores chineses a hesitarem ainda mais nos convites a artistas estrangeiros. John é um veterano do espetáculo, mas aumentou as dificuldades para futuros intercâmbios entre a China e outros países", afirmou o Global Times.
Segundo vários relatos, o publico quase não reagiu quando Elton John evocou Ai Weiwei e o próprio Global Times, num editorial dedicado ao caso, admite que "muitas pessoas não compreenderam o que ele quis dizer".
O jornal sugere que o público chinês "não deve hesitar em protestar e vaiar o provocador".
Elton John deverá voltar a atuar na China continental na próxima semana, em Cantão, sul do país, depois de uma série de concertos na Coreia do Sul, Malásia e Hong Kong.
-
Revisão constitucional deverá aprofundar autonomia das regiões autónomas
-
Cultura e Social
César Mourão inaugura “Como vos vejo” em Ponta Delgada