Autor: Lusa/AOonline
"Mais do que culpabilizar médicos e enfermeiros por eventuais erros, há que estudar a sua origem, como acontecem e em que condições ocorrem", afirmou Francisco George.
Controlar a resistência das bactérias aos antibióticos e lavar frequentemente as mãos são, a título de exemplo, duas medidas que permitem reduzir casos de infecções, segundo o director-geral.
Para Francisco George, estes "incidentes, que podem acontecer, por exemplo, no seguimento de um tratamento hospitalar, são preocupantes e impõem medidas".
"Estudar prioridades de investigação que visem reduzir a probabilidade de surgirem incidentes, incluindo erros médicos, capazes de provocar insegurança no próprio doente" é, segundo o director-geral da Saúde, o objectivo da conferência "Investigação em Segurança dos Doentes - Influenciar a agenda europeia", que decorrerá a partir de segunda-feira no Porto.
O que se pretende é "consensualizar as prioridades para a investigação em Segurança dos Doentes, quer em países desenvolvidos, quer em países em desenvolvimento".
O responsável defendeu a criação de programas de investigação para "tornar evitáveis os incidentes".
Contudo, Francisco George entende que estes programas terão que ser criados em colaboração com as associações de doentes.
"Médicos, especialistas e associações de doentes devem ser chamados a contribuir na concepção e implementação de acções que visem reduzir" as infecções hospitalares, sustentou.
Na sua opinião, o doente deve facilitar o estudo da compreensão e dimensão do seu caso para participar no desenho conjunto de acções que visem reduzir este problema.
"Queremos encorajar a colaboração global, de forma a garantir que se está a desenvolver o tipo correcto de investigação e que a evidência é partilhada. Esta conferência internacional representa um enorme passo para o estabelecimento das prioridades fundamentais na implementação bem sucedida dos programas de investigação na Europa e não só", afirmou Francisco George.
Esta conferência vai reunir cerca de 400 académicos, decisores políticos e representantes de sistemas de saúde da União Europeia e é apoiada pelo Sexto Programa Quadro para a Investigação da Comissão Europeia e pelo Ministério da Saúde português durante a presidência portuguesa da UE.
O valor dos sistemas de notificação nacionais, a compreensão da acção humana na prevenção ou na causa dos acontecimentos adversos, o papel do doente, o controlo das infecções hospitalares e os métodos efectivos para assegurar uma utilização mais correcta da medicação são alguns dos temas em análise neste encontro, que terminará quarta-feira.