Autor: Lusa/AO Online
“Com exceção de um serviço, todos os serviços garantem a escala. O serviço que não garante a escala faz depender do processo negocial que está a decorrer com os sindicatos médicos”, revelou Clélio Meneses, acrescentando tratar-se do serviço de nefrologia.
O secretário da Saúde falava aos jornalistas no Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada, após uma reunião com os profissionais de saúde da unidade, três dias após a saída da diretora do hospital, Cristina Fraga, na sequência da demissão de 21 dos 25 diretores dos serviços.
Após a saída da presidente do conselho de administração, os diretores de serviços do Hospital de Ponta Delgada voltaram atrás e disseram que iriam tentar “reconstruir” o que foi “arrasado” pela administração, nomeadamente as escalas, segundo disse à Lusa, no sábado, Emanuel Dias.
Sobre o serviço de nefrologia, Clélio Meneses adiantou que, na quarta-feira, vai decorrer uma reunião com o Sindicato Independente dos Médicos e com o Sindicato dos Médicos da Zona Sul, tendo em vista a valorização das carreiras.
“O processo começou em junho. Haverá uma reunião dia 07 [quarta-feira] e, em princípio, estamos todos sintonizados naquilo que é necessário para a valorização das carreiras médicas”, salientou.
Clélio Meneses realçou ainda que a “tutela está a acompanhar mais de perto o desenvolvimento dos trabalhos” internos do hospital e reforçou que existe uma “disponibilidade positiva” dos profissionais de saúde para “construir soluções”.
“A disponibilidade manifestada pelos diretores de serviços e pelos chefes de equipa do serviço de urgência vão no sentido em que as pessoas estão disponíveis para trabalhar e para levar por diante a sua resposta ao nível dos cuidados assistenciais”, afirmou, a propósito da escala de dezembro.
Questionado sobre o futuro do hospital de Ponta Delgada, Clélio Meneses considerou necessário manter o “elevado nível de produção clínica” e de redução de listas de espera, mas disse ser importante existir uma “consensualização” e um “envolvimento positivo” dos profissionais nas soluções internas.
“O nosso princípio é ser sempre um contributo para as soluções, quer seja nas palavras, nos atos e nos silêncios. Foi isso que fiz desde o início das minhas funções e é isso que farei”, salientou.
O secretário da Saúde afirmou ainda que não pretende “perder nem tempo, nem energia em pensar no que aconteceu”, quando questionado se a demissão de Cristina Fraga era inevitável.
“Todo o meu foco é a construir soluções para o futuro e sinto que os profissionais de saúde do Hospital de Ponta Delgada estão motivados”, disse.