“Nós vamos avaliar tudo, vamos avaliar o sistema das pulseiras, vamos avaliar como é que foi possível ela ter sido retirada e vamos fazer os testes todos que pudermos”, garantiu Luís da Cruz Matos aos jornalistas.
Uma bebé de quatro meses foi retirada pela mãe do internamento de Pediatria do hospital de Gaia na quarta-feira, depois de lhe conseguir tirar a pulseira eletrónica que emite alarme caso ultrapassem as portas do serviço, seja danificada ou cortada, após ter sido informada pelo tribunal de que a criança seria entregue a uma família de acolhimento.
A pulseira eletrónica foi encontrada intacta no caixote do lixo da casa de banho do quarto onde a criança estava internada.
“Temos de retirar daqui uma aprendizagem para que isto não se repita, isto não pode voltar a acontecer, nós não vamos deixar que isto volte a acontecer e, por isso, vamos retirar daqui todos os ensinamentos”, referiu.
Luís da Cruz Matos insistiu que o hospital está a avaliar tudo aquilo que se passou e como é que a mãe conseguiu tirar a pulseira da bebé.
Os sistemas de segurança estavam a funcionar, tanto que a própria pulseira eletrónica foi testada, depois de ter sido encontrada, e estava a funcionar normalmente, explicou o presidente.
“A pulseira, se tivesse sido danificada ou cortada, o alarme disparava imediatamente, portanto, ela foi tirada, não sei como, não imagino como, mas suponho que com algum trabalho”, especificou.
O presidente do Conselho de Administração da ULS de Gaia/Espinho descartou qualquer falha por parte dos profissionais de saúde porque a situação acontece num momento em que há uma mudança de turno de enfermagem e numa enfermaria que é muito grande.
Luís da Cruz Matos salientou que estas pulseiras eletrónicas são colocadas em todos os recém-nascidos e bebés e têm um sistema de rádio que detetam sempre que há movimentos.
“Aliás, todos os movimentos vão sendo monitorizados e se passarem as portas há um alarme que dispara”, assinalou.
Luís da Cruz Matos salientou que o hospital abriu um inquérito e espera ter essas conclusões “muito em breve”.
A criança, que estava internada desde final de novembro, tinha diariamente a visita da mãe ou da avó porque não havia nenhuma ordem do tribunal que impedisse a presença da família, reforçou.
O processo judicial, que envolvia a bebé, não estava relacionado com “qualquer tipo de ato ilícito” por parte da família, apontou Luís da Cruz Matos.
Fonte da PSP/Porto adiantou hoje à agência Lusa que está a investigar a situação, através da divisão de investigação criminal, acrescentando que, neste momento, se encontra a realizar diligências no sentido de encontrar a mãe e a bebé.
Segundo a mesma fonte, para já, não há novas informações sobre o caso.
Em causa pode estar a prática de um crime de subtração de menores, acrescentou.
