Autor: Lusa/AO online
"Estes atentados não podem ficar impunes", declarou, em francês, um presumível elemento do grupo de ativistas e piratas informáticos, que surgiu no vídeo com o rosto coberto pela máscara de Guy Fawkes, máscara que ficou popularizada pelo filme "V de Vingança" e que foi adotada como símbolo do movimento.
"É por isso que os Anonymous de todo o mundo vão caçar-vos. (...) Vamos lançar a maior operação jamais realizada contra vocês, podem esperar um grande número de ataques cibernéticos. A guerra está desencadeada, preparem-se. O povo francês é mais forte que tudo e irá sair ainda mais forte desta atrocidade", afirmou o mesmo elemento, no vídeo divulgado no 'site' de partilha de vídeos Youtube.
Esta mensagem visa os 'sites' e as contas nas redes sociais com ligações ao Estado Islâmico.
No seu 'site' em francês, o grupo Anonymous anunciou ainda a sua intenção de "perseguir" os membros dos grupos terroristas responsáveis pelos atentados de Paris e de fazer "o necessário para acabar com as respetivas ações".
"Na altura dos ataques ao [jornal satírico francês] Charlie Hebdo [em janeiro passado], já tínhamos expressado a nossa vontade de neutralizar qualquer um que atacasse as nossas liberdades fundamentais. Reiteramos aqui essa vontade na sequência desta tragédia", acrescentou o grupo.
Os ativistas informáticos exortaram também os seus membros a mobilizarem-se para "lutar" e para "lutar em conjunto contra a tirania e o obscurantismo".
Também na rede social Twitter, o movimento escreveu a frase: "Anonymous está em guerra com Daesh [acrónimo árabe do grupo Estado Islâmico]".
O grupo radical sunita Estado Islâmico reivindicou no sábado os atentados perpetrados na sexta-feira em Paris, que causaram pelo menos 129 mortos, entre os quais dois portugueses.
Os ataques ocorreram em vários locais da cidade, entre eles uma sala de espetáculos e o Stade de France, onde decorria um jogo de futebol entre as seleções de França e da Alemanha.
A França decretou o estado de emergência e restabeleceu o controlo de fronteiras na sequência daquilo que o Presidente François Hollande classificou como "ataques terroristas sem precedentes no país".