Autor: Lusa/AO Online
A informação foi adiantada à agência Lusa pelo dirigente sindical Luís Armas, a propósito da paralisação convocada pelo SINTAP - Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública e de Entidades com Fins Públicos, como protesto pelos aumentos propostos pela União Regional das Misericórdias dos Açores (URMA) e pela União Regional das Instituições Particulares de Solidariedade Social dos Açores (URIPSSA), que não vão além de 01%.
A greve teve início às 00h00 e termina às 24h00 do dia 29 de outubro. Repete, num segundo período e nos mesmos moldes entre as 00h00 do dia 02 e as 24h00 do dia 03 de novembro.
"A Associação de Pais e Amigos dos Deficientes da ilha Faial está encerrada, assim como o Centro de Atividades Ocupacionais da Santa Casa da Misericórdia da Horta e ainda o Lar das Criancinhas da Horta. Já a Casa de Infância de Santo António, na Horta, está a funcionar a meio gás", adiantou Luís Armas.
Ainda de acordo com o sindicalista, no Pico "a creche da Santa Casa da Misericórdia da Madalena está a funcionar com perturbações, mas a creche da Santa Casa da Misericórdia das Lajes do Pico encontra-se encerrada".
O dirigente sindical adiantou ainda à Lusa que "no Lar de Idosos das Lajes do Pico estão a ser cumpridos os serviços mínimos".
Na sexta-feira, o sindicato "fará um balanço com a adesão ao primeiro período de greve", indicou.
Luís Armas disse que "há uma enorme insatisfação e descontentamento junto dos trabalhadores" das IPSS.
Em causa "estão aumentos salariais e ainda não houve luz verde por parte das entidades empregadoras", apontou, lembrando que entre as reivindicações está também "a revalorização profissional e remuneratória dos técnicos superiores" e "a criação de novas categorias”.
De acordo com os dirigentes sindicais, há pelo menos dois mil trabalhadores afetos ao SINTAP que desempenham funções em instituições particulares de solidariedade social nos Açores, e aproveitam a ocasião para apelar à sua mobilização e participação nestas jornadas de luta.
O SINTAP reivindica um aumentam salarial para estes trabalhadores de, pelo menos, 2,5%, percentagem que consideram ser “justa”, garantindo que, apesar do pré-aviso de greve lançado, estão disponíveis para desconvocar a paralisação, caso haja uma verdadeira abertura ao diálogo por parte das IPSS’s.
“Reivindicamos a apresentação de uma proposta concreta e objetiva, por parte dos representantes das instituições sociais e das misericórdias da região, para que se possa proceder, de imediato, à abertura de um verdadeiro processo negocial, em que impere, efetivamente, o princípio da boa-fé”, explicou Luís Armas.
De acordo com os dados divulgados pelo SINTAP/Açores, os primeiros três escalões de rendimentos dos trabalhadores afetos às IPSS e Misericórdias da Região auferem todos do salário mínimo, uma vez que os seus vencimentos base não foram atualizados durante vários anos, e acabaram por ser “absorvidos” pelo ordenado mínimo regional.