Autor: Lusa/Ao online
“O Governo português congratula-se com a retoma do diálogo político entre todas as partes envolvidas no conflito que assola, desde 2015, a República do Iémen”, refere o comunicado do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.
No documento, o executivo saúda, particularmente, “o esforço empreendido pelo enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas para o Iémen, Martin Griffiths”.
“A sua ação permitiu que, nos últimos dias, na Suécia, representantes do Governo do Iémen e da parte Houthi se tenham reunido, no quadro das medidas de confiança que têm vindo a ser implementadas no terreno e trabalhado para encontrar uma solução politicamente negociada”, refere.
Na nota, o Governo português “encoraja um total empenhamento das partes em assumirem posições construtivas e de diálogo com o objetivo de alcançar uma paz sustentável e acabar com o sofrimento de um país e de um povo a braços com a pior crise humanitária da atualidade, que afeta milhões de pessoas inocentes”.
As negociações para a paz no Iémen, iniciadas na quinta-feira, num centro de conferências perto de Estocolmo, na Suécia, representam uma “oportunidade única” de conduzir ao caminho da paz o país devastado e ameaçado pela fome, declarou na abertura das discussões Martin Griffiths.
“Durante os próximos dias teremos uma oportunidade única de fazer avançar o processo de paz”, disse Martin Griffits à imprensa, na presença das delegações iemenitas.
Todas as tentativas para acabar com a guerra falharam até agora e a situação humanitária, no que já era antes do conflito o país mais pobre da Península Arábica, é a pior do mundo, segundo a ONU.
As discussões na Suécia destinam-se em primeiro lugar a “construir a confiança” entre as duas partes e a “reduzir a violência” no terreno, segundo Martin Griffiths.
Governo e rebeldes devem discutir nomeadamente a reabertura do aeroporto da capital Sanaa, encerrado há três anos, a situação na cidade portuária de Hodeida (oeste), por onde entra no país a maioria da ajuda alimentar, e um cessar-fogo duradouro.
A guerra no Iémen, que opõe os rebeldes Huthis, ajudados pelo Irão, às forças pró-governamentais, apoiadas militarmente por uma coligação internacional liderada pela Arábia Saudita, já causou mais de 10.000 mortos e mais de 56.000 feridos.