Açoriano Oriental
Governo dos Açores quer analisar afetação de recursos humanos na educação

O presidente do Governo Regional dos Açores declarou que quer analisar a afetação dos recursos humanos na educação, nomeadamente sobre a melhor forma de um professor servir a sociedade.

Governo dos Açores quer analisar afetação de recursos humanos na educação

Autor: Lusa/AO Online

Vasco Cordeiro, que falava na cerimónia de assinatura do protocolo entre a “Iniciativa Educação” e a Secretaria Regional da Educação, que aconteceu hoje, em Ponta Delgada, considerou necessário “questionar se a forma como” a educação está organizada “permite que um professor, numa sala de aula, numa escola, esteja, efetivamente, a produzir no sentido que mais interessa à sociedade”.

O líder do executivo açoriano salientou a abertura na região de mais de 890 vagas para professores desde 2015, incluindo as 135 vagas para o próximo ano letivo, hoje publicadas em Jornal Oficial, mas considera ser necessário analisar a afetação desses recursos.

“Será que o trabalho dos professores está a ser direcionado para exatamente aquilo que é essencial? (…) Tenho ouvido, em diversas circunstâncias, queixas em relação peso excessivo do trabalho burocrático que afeta os professores. (…) É fundamental que, do ponto de vista da afetação dos recursos, eles sejam dirigidos para aquilo que verdadeiramente se espera e que devem fazer e o trabalho do professor deve ser o de ensinar, acompanhar, educar”, concretizou.

O projeto “A a Z – Ler Melhor, Saber Mais”, hoje formalizado, está já a decorrer, desde setembro, na Escola Básica e Secundária de Santa Maria e na Escola Básica Integrada de Ginetes, em São Miguel, chegando a cerca de 42 alunos do 1.º e 2.º anos, esclareceu o coordenador regional do projeto, Marcelo Pinheiro, adiantando que a resposta tem sido positiva.

O “A a Z Ler Melhor, Saber Mais” é um dos projetos da “Iniciativa Educação” para combater a iliteracia entre os mais novos, que será aplicado em 25 escolas de três zonas do país: Gondomar, Moura e Açores.

A escolha das escolas baseou-se nos resultados dos alunos portugueses em testes internacionais, como o PISA (Programme for International Student Assessment), que permitiu “identificar onde havia mais problemas e maiores necessidades de intervenção”, explicou, na apresentação do projeto, a 22 de outubro passado, Inês Soares dos Santos Canas, também do projeto.

Na Europa, quase um em cada cinco jovens (19,7%) tem dificuldades em perceber o que lê. A iliteracia é um problema grave a que Portugal não está imune, com 17,2% dos jovens a revelarem dificuldades, lembrou Nuno Crato, presidente do Conselho Diretivo da iniciativa.

O também ex-ministro da Educação destacou que a “finalidade última [é] contribuir para a formação e qualificação reais dos jovens, especialmente daqueles que, devido a dificuldades familiares, sociais, económicas e outras, não atingem os resultados escolares que poderiam obter e que estão, muitas vezes, em risco de insucesso”.

Com uma verba total de 20 milhões de euros, o projeto “Teresa e Alexandre Soares dos Santos – Iniciativa Educação” também inclui o projeto “Ser Pro” para atuar junto dos jovens que queriam seguir o ensino profissional.


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