Açoriano Oriental
Governo dos Açores aumenta medidas do programa Fénix e alarga-o a mais alunos
O Governo Regional dos Açores transformou o projeto Fénix num programa regulamentado, diversificando as medidas de intervenção e alargando-o a mais alunos, com o objetivo de combater o insucesso escolar no ensino básico
Governo dos Açores aumenta medidas do programa Fénix e alarga-o a mais alunos

Autor: LUSA/AO online

"Sem sobrecarregar os estudantes com tempos extra de apoio educativo, que por vezes originam a repulsa pela atividade letiva, o Fénix adequa-se perfeitamente à realidade das escolas de hoje, uma realidade caraterizada pela heterogeneidade dos públicos estudantis, que implica a coexistência de diferentes níveis de aprendizagem a exigir um apoio mais personalizado àqueles que manifestam maiores dificuldades", frisou o secretário regional da Educação e Cultura.

Avelino Meneses falava hoje na apresentação do programa Fénix, no dia em que foi publicado em Jornal Oficial o despacho normativo que cria o programa.

O projeto Fénix foi adotado, em 2008, em Beiriz, na Póvoa do Varzim, tendo sido implementado nos Açores a partir do ano letivo 2012/2013.

No primeiro ano de implementação na região, o Fénix chegou a 246 alunos açorianos, no segundo a 1.510 alunos e no terceiro a 2.530, estando já previstos para o próximo ano letivo, que arranca a 14 de setembro, 44 projetos que vão envolver 3.878 alunos.

Sem apresentar dados concretos sobre os resultados obtidos nos primeiros três anos de implementação do projeto, Avelino Meneses disse que o Fénix tem sido um "poderoso instrumento de recuperação de aprendizagens", sobretudo no primeiro ciclo do ensino básico (do 1º ao 4º ano).

"Os resultados são encorajadores. Crê-se que uma percentagem próxima da metade dos alunos abrangidos pelo Fénix atinge as metas que estão definidas e conseguem retornar às suas turmas de origem", frisou.

Segundo Avelino Meneses, o programa Fénix não implica o aumento da carga horária, mas uma "organização mais flexível" das turmas, para corresponder às necessidades dos alunos, "com vista à recuperação de aprendizagens" e ao estímulo do gosto de aprender.

Até à data, o programa Fénix foi implementado sobretudo através da criação de "ninhos", em que os alunos do primeiro ao terceiro ciclo do ensino básico (do 1.º ao 9.º ano) com maiores dificuldades eram inseridos em "grupos mais pequenos" para aprenderem mais rapidamente, regressando depois às turmas de origem, uma vez ultrapassadas as dificuldades.

"A lógica do ninho é a lógica de que um ensino ministrado a menos gente, um ensino ministrado de uma forma mais personalizada, é mais vantajoso do que um ensino ministrado a 30 pessoas", explicou o secretário regional.

A partir deste ano letivo, os alunos do 2.º e 3.º ciclos passam a contar também com outras duas modalidades de apoio: o Fénix ABC e o Fénix Turnos.

No Fénix ABC, numa determinada disciplina, os alunos de duas turmas Fénix são divididos em três grupos, consoante o seu grau de avanço, representando os grupos três níveis de aprendizagem diferentes (A, B e C).

Já o Fénix Turnos é aplicado a uma turma, que é dividida em dois grupos em duas disciplinas, sendo que num bloco de 45 minutos metade da turma tem uma disciplina e a outra metade tem outra, tornando assim os grupos de aprendizagem mais pequenos.

Avelino Meneses rejeitou a ideia de que o sucesso escolar passe pelo aumento da carga letiva ou pelo aumento de professores, mas admitiu que alguns projetos do programa Fénix e de outras medidas integradas no programa Pró-Sucesso impliquem a contratação de mais docentes.

"Fomos rigorosos na aceitação das propostas, mas uma coisa é certa: vamos ter mais gente em campo", frisou.

A deteção dos alunos com dificuldades que serão encaminhados para o programa Fénix já levou à contratação de 50 professores em toda a região, existindo pelo menos um por cada unidade orgânica.

A avaliação é contínua e o aluno pode permanecer apenas alguns meses no "ninho", regressando à turma de origem.

A partir do segundo ciclo, o programa Fénix tem-se concentrado sobretudo nas disciplinas de português e matemática, mas já há experiências com o ensino de inglês e as diferentes modalidades podem ser alargadas a outras matérias, caso se justifique.

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