Açoriano Oriental
Governo deve “refrescar” equipa
O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, disse hoje que o Governo devia “rever o programa” e “refrescar” a equipa, considerando que, se não o fizer, “mais cedo do que tarde” será preciso “um governo que o faça”.
Governo deve “refrescar” equipa

Autor: Lusa/AO Online

Num jantar para o qual hoje foi convidado pela Associação Comercial do Porto, no Palácio da Bolsa, o líder social democrata defendeu ser “essencial que o Governo apresente ao país um golpe de asa”, recordando que Portugal não renovou a maioria absoluta a José Sócrates e que por isso terá que haver “cuidado” na forma como é feita a gestão da política em Portugal.

“Se já teve esse cartão amarelo nessas eleições, [o Governo] deve agora ser mais cuidadoso e deve mostrar que não tem problema, pensando no país, em rever o seu programa e provavelmente refrescar o seu Governo. Isso acontece nas equipas”, realçou o presidente do PSD.

Segundo Passos Coelho, é fundamental “rever o Programa do Governo e adotar outras medidas” e “ou o Governo faz isso ou então mais cedo do que tarde” será preciso um governo que o faça.

“Não devemos fazer políticas de austeridade aos bocadinhos”, condenou, considerando que se o Governo tivesse, no início de todo este processo, “assumido um compromisso de redução da despesa suficientemente forte, Portugal hoje não estava nas condições em que está”.

O presidente social democrata recordou que “quando o PSD falou de um plano B para o PEC [Plano de Estabilidade e Crescimento], ou da necessidade de fazer um PEC 2, o Governo reagiu com absoluta arrogância” por considerar que haveria “dinheiro para tudo e que alguma pequenina tempestade passaria com certeza no curto prazo”.

Para Passos Coelho, “este exercício de absoluto irrealismo do Governo não ajuda”, porque não transmite ao país “a situação verdadeira” em que Portugal se encontra.

“Não podemos perder a oportunidade de, no Orçamento do Estado para 2011, dar uma indicação clara de como é que estruturalmente a nossa despesa deve mudar”, alertou.

Segundo o líder da oposição, “o Governo tem que aproveitar, até à elaboração do Orçamento para 2011, para construir uma solução de transformação estrutural” para a despesa pública de Portugal.

“Nós até podemos conseguir com muitos sacrifícios e apertos, com muitos cortes cegos, com muito ranger de dentes, chegar a 2013 com um resultado bonito, um défice inferior a três por cento, mas ele tenderá a ser superior a três por cento nos anos seguintes, porque essa é a pressão da insustentabilidade da dívida”, enfatizou.

Pedro Passos Coelho terminou o seu discurso dizendo que “ninguém de bom senso quererá ser primeiro ministro em Portugal para administrar a miséria e a pobreza”.

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