Autor: Lusa/AO online
"Acho que o caminho de aumentar a exportação e as produções é um caminho válido, a questão que se coloca aqui (...) é se é possível ou não pensarmos em produzir ananás não em estufas de vidro tradicionais, mas sim estufas, digamos, industriais", afirmou João Ponte, depois de uma visita à plantação de ananás Boa Fruta, em Ponta Delgada.
O responsável pela pasta da Agricultura nos Açores lembra que o ananás é um produto Denominação de Origem Protegida (DOP), com regras "que têm de ser mantidas".
O governante assume que um maior volume de exportações é uma "reflexão que tem de ser feita", no sentido de concertar uma "estratégia" com os produtores de ananás.
"Vamos realizar no início do mês de dezembro uma reunião alargada com todos os produtores, são cerca de duas centenas de produtores, para no fundo fazermos uma reflexão e isso irá permitir ao Governo alinhar também a sua política estratégica em relação ao futuro", sublinhou.
Na visita de hoje, José Dâmaso, sócio-gerente da Boa Fruta, empresa responsável pela produção de 100 toneladas e pela comercialização de 300 toneladas de ananás, considerou que o futuro passa pela exportação dos produtos para novos mercados.
"Eu penso que a sustentabilidade terá de ser sempre garantida pela procura de novos mercados, não podemos ficar cingidos a apenas um mercado em qualquer atividade, temos de procurar novos mercados. Para procurar novos mercados temos de repensar a nossa produção, a nossa capacidade de produção", disse o empresário.
Os Açores produzem mil toneladas de ananás por ano, sendo que "entre 70 a 80%" do produto é para o mercado continental e o restante fica nos Açores, chegando também de forma residual aos chamados mercados da saudade, nomeadamente, Estados Unidos e Canadá.
Em São Miguel, a única ilha aonde se produz ananás, existem cerca de 59 hectares de estufas de ananás.