Autor: Lusa/AO Online
O chefe do executivo, que falava no final do debate do programa do Governo, em discussão durante três dias na Assembleia Legislativa dos Açores, entende que esta é uma reforma que deve reunir os "consensos necessários para que sejam estáveis no tempo".
"Este compromisso visa definir, durante o ano de 2013, que serviço regional de Saúde queremos ter nos Açores ao longo dos próximos 10 a 15 anos, como o devemos reestruturar e quais as medidas que devem ser concretizadas para realizar estes objetivos, bem como para garantir a sua imprescindível sustentabilidade", frisou Vasco Cordeiro.
O presidente do Governo garntiu que pretende assegurar que "todos os açorianos", independentemente da sua condição económica, tenham acesso a cuidados de Saúde "dignos, seguros e céleres".
O chefe do executivo alertou, porém, que "nenhuma área" do Serviço Regional de Saúde ficará "imune" às mudanças que se exigem no setor.
Vasco Cordeiro decidiu também "impôr" à Administração Regional uma "moratória" na construção de raiz de novos empreendimentos, pelo prazo de três anos, eventualmente renovável, que abrangerá o apoio à habitação social e os equipamentos coletivos.
Segundo explicou, esta medida visa concentrar as obras públicas na "recuperação da malha urbana já existente" no arquipélago.
"Numa região insular como a nossa, não podemos continuar a ocupar solo fértil ao ritmo com que o temos feito nos últimos anos, sobretudo terrenos que devem ser direcionados para a produção agrícola", justificou.
Em relação ao combate ao desemprego nas ilhas, Vasco Cordeiro anunciou a intenção de convocar, até ao final do ano, um Conselho de Governo extraordinário dedicado às empresas e ao emprego, para aprovação de medidas concretas de natureza conjuntural e também a definição de um roteiro que defina as medidas a tomar na região, na área de criação de emprego e de reforço da competitividade das empresas.
Vasco Cordeiro anunciou ainda novidades no setor do Turismo e da promoção do destino Açores, que será reforçada com a entrada no mercado de um novo operador, que vai assegurar a ligação aérea Paris/Ponta Delgada/Paris, entre abril e outubro do próximo ano, gerando um potencial de 17.500 novas dormidas nas ilhas.
O chefe do executivo manifestou, por outro lado, o seu desagrado perante a intenção já manifestada pelos Estados Unidos da América, de reduzirem a presença norte-americana na Base das Lajes, na ilha Terceira.
No seu entender, é importante que nas negociações que estão a decorrer entre Portugal e os Estados Unidos, o Governo da República "denote a consciência clara" daquilo que está em causa com a eventual redução do contingente laboral português naquela base militar.
"O que está aqui em causa são centenas e centenas de trabalhadores açorianos, são vidas e são pessoas, é uma percentagem demasiado elevada da economia da ilha Terceira e muito significativa da economia regional", ressalvou Vasco Cordeiro.
Apesar de todas as medidas anunciadas pelo novo executivo açoriano, o programa do Governo para os próximos quatro anos foi aprovado no Parlamento apenas com os votos favoráveis da bancada da maioria socialista, enquanto toda a oposição (PSD, CDS, BE, PCP e PPM) votou contra.