Autor: Nuno Martins Neves
O Campeonato da Europa de Patinagem Artística injetou 1,3 milhões de euros na economia açoriana, de acordo com o o estudo de impacto económico apresentado quarta-feira pela Associação de Patinagem de São Miguel (APSM). Um valor que pode ser mais alto, por a organização não ter conseguido apurar com exatidão todos os gastos tidos pelos visitantes, que ascenderam ao milhar de pessoas.
No Salão Nobre da Câmara Municipal da Lagoa, o responsável pelo estudo, o economista Óscar Rocha referiu que a maior fatia dos 1,3 milhões euros veio do alojamento (513 mil), com as rubricas passagens aéreas (289 mil) e alimentação (237 mil) imediatamente a seguir. Com menor impacto, contribuem os transportes terrestres (63 mil), despesas da organização (26 mil) e outros (12 mil).
Um valor que ultrapassa largamente o investimento público recebido, que rondou os 54 mil euros, divididos pela autarquia lagoense (25 mil), Direção Regional do Turismo (25 mil) e Câmara Municipal de Ponta Delgada (4 mil).
A prova teve um custo total na ordem dos 77 mil euros, com a APSM a entrar com 13 mil euros - “que não teve impacto nas contas da associação”, referiu o presidente José Raimundo - e a Federação de Patinagem de Portugal com os restantes 12 mil.
O impacto da organização do Europeu de Patinagem Artística não se resume ao dinheiro que entra na economia regional: também ao nível da promoção turística o evento foi uma mais-valia.
Na CERS TV, 187539 espetadores assistiram em direto ao Europeu ao longo dos nove dias de competição. Se se juntar as visitas no site (169 mil), Facebook (252 mil) e Instagram (26 mil), o evento ultrapassou o meio milhar de visualizações (636 mil), de mais de 38 países dos cinco continentes. Segundo as contas apresentadas, o Europeu movimentou um milhar de pessoas, entre participantes (465) e acompanhantes (600).
Somando os números dos três eventos organizados pela atual Associação de Patinagem de São Miguel, houve um fluxo de quase 2 mil pessoas.
Este foi, de longe, o evento organizado pela APSM que maior impacto económico teve, suplantando a Taça de Portugal de Patinagem Artística (128 mil euros) e o Torneio Inter-Regiões em Hóquei em Patins (176 mil euros).
“Estamos a trabalhar para trazer o Europeu de hóquei ou
uma Taça Latina”
Com três grandes eventos desde 2015,
a Associação de Patinagem de São Miguel já está com os olhos
postos no futuro e, de acordo com o presidente José Raimundo, “já
estamos a trabalhar para trazer para São Miguel o Campeonato da
Europa de hóquei em patins, em seniores ou sub-23; ou a Taça
Latina”.
Sobre o estudo, o dirigente lembrou que “defendemos quem recebe dinheiros públicos, tem de justificar onde e como são gastos”. Além dos números referidos, José Raimundo diz que “há outro que não conseguimos contabilizar que foi a promoção da Região boca-a-boca dos visitantes e a presença na comunicação social regional, nacional e internacional”.