Açoriano Oriental
Empresários dos Açores preocupados com “agravamento brutal” da energia em 2023

A Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) manifestou preocupação pelo “agravamento brutal” do preço da energia elétrica em 2023 nos Açores, e vai solicitar uma reunião ao presidente do Governo Regional.

Empresários dos Açores preocupados com “agravamento brutal” da energia em 2023

Autor: Lusa/AO Online

Na sequência da divulgação pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, das tarifas e preços para a energia elétrica para vigorar a partir de 01 de janeiro de 2023, a CCIPD “constata, com profunda preocupação, que os consumidores de eletricidade dos Açores vão sofrer um agravamento brutal do preço da energia elétrica no próximo ano, em especial os consumidores que utilizam maiores níveis de tensão”.

Segundo o organismo, para os consumidores de média tensão, o aumento de preço em janeiro será de 53% para a componente de potência e entre 58% a 63% para a componente de energia, “representando um aumento médio que andará próximo dos 60%, conforme a estrutura de consumo”.

“Este valor, se conjugado com o aumento de preços verificado no mês de julho, representa um aumento do preço médio anual em 2023, face a 2022, de cerca de 65%”, afirma a CCIPD.

No caso da tarifa de baixa tensão especial, o aumento de preço em janeiro será de "35% para a componente de potência e entre 40 a 44% para a componente de energia, representando um aumento médio que rondará os 40%, conforme a estrutura de consumo".

De acordo com a CCIPD, este agravamento de preços “vai atingir a generalidade do setor industrial e de serviços, incluindo as atividades de laticínios, fabrico de rações, moagens, panificação, conservação e transformação de pescado, metalomecânica, tipografia, licores, compotas, restauração, construção civil, hotelaria, distribuição alimentar, comércio assim como outras infraestruturas de serviços essenciais à população onde se incluem aeroportos, portos, hospitais, centros de saúde, lares de idosos ou escolas”.

Segundo o organismo, a atualização “aumentará de forma significativa os respetivos custos, que não poderão ser absorvidos pelas empresas nesta circunstância e terão que ser repercutidos, total ou parcialmente, sobre a cadeia de valor”.

Este facto irá “agravar o preço final dos bens e serviços, com natural aumento da taxa da inflação e impacto sobre o orçamento das famílias que enfrentam um contexto macroeconómico especialmente desafiante”.

As empresas regionais vão “perder competitividade, quer no mercado interno, quer em mercados externos, uma posição já de si enfraquecida face às suas congéneres nacionais e europeias que têm, historicamente, tido acesso a energia a custos muito inferiores aos praticados na região”, de acordo com os empresários.

A CCIPD considera que a situação é “especialmente gravosa para os consumidores de eletricidade de maiores níveis de tensão” e “exige e impõe que as entidades responsáveis adotem urgentemente medidas mitigadoras dos custos com a energia elétrica, à semelhança do que tem sido efetuado a nível nacional e comunitário".

A CCIPD vai solicitar, com caráter de urgência, uma reunião com o presidente do Governo Regional.


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