Autor: Lusa/Ao online
À agência Lusa, a portuguesa que tem uma empresa no setor da alimentação e vive no Rio de Janeiro detalhou que esta é uma rotina diária que se prolonga noite dentro, até às duas horas da manhã, e que se iniciou a partir do momento em que leu, e se identificou, com as propostas políticas do candidato do Partido Social Liberal (PSL, extrema-direita) às presidenciais brasileiras.
"É uma união muito bonita. Nós marcamos horários para fazer orações pela recuperação da saúde de Bolsonaro (...) Conheço muitas pessoas que o fazem e fazemos isto de coração porque, realmente, estamos confiantes e acreditamos na mudança", afirmou Sandra.
"Sempre que tenho um tempinho entro nos grupos (do Facebook) e nas postagens e vou colocando as 'hastags' "ele sim", "B17", "Bolsonaro17", "eu vim de graça", "eu estou de graça", e posso garantir que ninguém é remunerado por fazer isto" acrescentou.
Presente em oito grupos de apoio a Jair Bolsonaro, na plataforma Facebook, Sandra contou que são milhões os utilizadores presentes nessas comunidades virtuais.
"A união que existe no grupo, o apelo à paz e ao amor, é impressionante. Posso dizer-lhe que há pessoas que entraram nos nossos grupos como infiltradas e que depois se desculpam, dizendo que pertenciam ao outro lado (apoiantes de Fernando Haddad) mas que se identificam mais com este grupo, porque aqui se prega a paz e o amor e do outro lado prega-se o ódio", disse.
Sandra referiu que pensou em abandonar o Brasil, assim como muitos outros portugueses o fizeram, devido aos altos índice de criminalidade que o país enfrenta, mas a entrada de Jair Bolsonaro na corrida às presidenciais levou-a a ponderar e a acreditar num futuro melhor para o Brasil.
Com dois filhos pequenos, em idade escolar, a emigrante portuguesa assegura que todos os dias são um desafio para manter a segurança e integridade física da sua família, e que tudo piorou após o final dos jogos olímpicos que se realizaram em 2016, no Rio de Janeiro.
"Eu moro num bairro da zona sul, supostamente uma zona privilegiada e mais protegida, só que com o final das olimpíadas as coisas agravaram-se muito. Há muitos tiroteios nas comunidades, a qualquer hora do dia ou da noite, e tenho muito medo de andar na rua”, adiantou à Lusa.
Sandra, de 43 anos, já presenciou vários episódios de criminalidade nas ruas, como quando foi abordada dentro de um táxi, o que fez com que redobrasse as atenções cada vez que tem de sair de casa.
"É doloroso, é triste porque há muitas coisas que poderíamos fazer aqui no Rio. Há espaços verdes, espaços abertos, onde poderíamos passear e aproveitar a vida aqui, pois temos um tempo ótimo, só que antes de sair de casa temos de pensar sempre no perigo que vamos correr. Temos de ponderar se vale a pena ir, acabando por vivermos prisioneiros em casa", disse.
Para Sandra, todos estes problemas pelos quais o Brasil está a passar devem-se a vários anos de corrupção política, tendo o dinheiro sido desviado para proveito de algumas pessoas, quando deveria ter sido investido em áreas como segurança, saúde e educação.
A portuguesa acredita que Bolsonaro é o candidato capaz de fazer frente a todos os problemas que o país atravessa.
"Ele é uma pessoa correta, é 'ficha limpa', já investigaram a vida dele toda até à barriga da mãe dele, e aquilo que lhe apontam, as coisas de que o acusam, são absolutamente banais e sem interesse", defendeu Sandra.
Quando questionada acerca da recente acusação de que Jair Bolsonaro é alvo por um alegado financiamento empresarial de apoiantes para a distribuição de conteúdo difamatório contra o Partido dos Trabalhadores (PT), na rede social “WhatsApp”, Sandra Jorge afirma não acreditar minimamente nessas acusações.
"O intrigante aqui é que o Haddad, e a campanha dele, não acreditam que as pessoas façam (o apoio) de graça, porque eles sempre pagaram para isso”, disse.
Sandra Jorge acredita que o apoio de milhões de pessoas a Bolsonaro espalhadas pelas várias redes sociais se deveu, em grande parte, ao ataque que o candidato sofreu a 06 de setembro, num ato de campanha em Juiz de Fora, onde foi esfaqueado.
É por este apoio que está “muito otimista” na vitória de Bolsonaro na segunda volta das presidenciais brasileiras, no dia 28 de outubro.