Autor: Lusa/AO Online
"As duas pessoas escolhidas têm perfis discretos. Penso que (José Manuel Durão) Barroso acredita que isso o torna no líder mais destacado entre os dirigentes europeus", disse Chris Patten em entrevista à Agência Lusa.
Os 27 Estados-membros da UE escolheram na passada quinta-feira o belga Herman Van Rompuy e a britânica Catherine Ashton para ocupar os dois novos cargos de liderança da UE, respectivamente presidente do Conselho Europeu e alta representante para a Política Externa.
"Barroso é um dos vencedores", disse Patten, comentando a escolha dos chefes de Estado e de governo dos 27 que, reforçou, "são nomeações discretas".
"Espero que consigam alcançar uma gestão mais eficaz das questões europeias (...) Espero que a escolha não signifique falta de vontade política para reforçar o perfil internacional da União Europeia", acrescentou o antigo comissário europeu, nomeado pelo Reino Unido e último governador de Hong Kong.
Herman Van Rompuy, 62 anos, liderava o governo de coligação da Bélgica há menos de um ano.
Catherine Ashton, 53 anos, que exerce actualmente o cargo de comissária europeia para o Comércio, será também vice-presidente da Comissão Europeia,
"Espero que a Comissão Europeia não a guie demasiado pelo braço", disse Patten.
Patten aconselhou ainda o executivo de Bruxelas a reconheçer que, apesar de ser vice-presidente da comissão, Ashton representa também o Conselho Europeu, que reúne os chefes de Estado e de governo dos países membros.
"É um número de equilíbrio algo difícil, mas seria um erro muito grave dar a imagem que a Comissão se está a tentar apropriar da política externa" da União Europeia, afirmou o antigo comissário.