Autor: Lusa/AO Online
Com 4.300 habitantes, o município de Santa Cruz da Graciosa é um desses exemplos, já que dispõe desde janeiro de 2012 de "um apoio à natalidade". Já a autarquia de Santa Cruz das Flores prepara-se também para implementar a partir do próximo ano um “cheque bebé".
O presidente da Câmara Municipal de Santa Cruz da Graciosa, Manuel Avelar Santos, adiantou à Lusa que o apoio à natalidade criado pelo município daquela ilha do grupo central abrangeu "em 2012 mais de 30 bebés e este ano mais de 20".
"A ilha tem uma população muito envelhecida. Por ano morrem duas pessoas e nasce uma criança", disse o autarca do único município da Graciosa.
Segundo Manuel Avelar Santos, o apoio à natalidade que vigora naquele município é atribuído em função da "apresentação de despesas relacionadas com o bebé em compras no comércio local", também para incentivar os negócios na ilha.
"O apoio pode atingir o máximo de 500 euros, no primeiro ano de vida do bebé, e o mínimo de 200 euros, e é atribuído tendo em conta o rendimento do agregado familiar", referiu, acrescentando que esta medida é para manter no próximo ano.
Também a Câmara de Santa Cruz das Flores vai apoiar o nascimento de bebés no município a partir de janeiro, através da atribuição de um "cheque bebé" para despesas dos recém-nascidos no concelho durante um ano.
"À semelhança do resto do país, há um défice de natalidade, os bebés que nascem são cada vez menos. As famílias optam por um filho devido à situação atual e às dificuldades que atravessam, pois elas até gostariam de ter mais um filho ou outro", disse o presidente da Câmara de Santa Cruz das Flores, José Carlos Mendes.
O autarca sublinhou que o concelho e a ilha das Flores registam também "um elevado envelhecimento da população", daí a necessidade de tentar inverter esta tendência.
O "cheque bebé" será pago em prestações mensais até ao montante máximo de 75 euros e mediante a apresentação de despesas feitas com a criança.
Segundo os Censos de 2011, a ilha das Flores tem 3.789 habitantes.
Um Inquérito à Fecundidade 2013 (IFEC), realizado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS), refere que a maioria das mulheres (51%) e quase metade dos homens (46%) residentes em Portugal têm filhos e não tencionam ter mais.
O Inquérito à Fecundidade decorreu entre 16 de janeiro e 15 de abril e foi dirigido a mulheres com idades entre os 18 e 49 anos e a homens com idades entre os 18 e 54 anos.
Relativamente ao número ideal de filhos numa família, as pessoas consideram, em média, 2,38 filhos como sendo o número ideal, valor próximo ao que desejariam para si próprias.