Autor: Made in Açores
Embora os iogurtes façam hoje naturalmente parte dos hábitos de consumo dos açorianos, o mesmo não se verificava em 1978, quando a Yoçor foi fundada.
Quando Hugo Garcez Coelho assumiu um lugar na gestão da empresa, o cenário era já bem diferente, mas esses primeiros passos estiveram sempre presentes desde o início do seu percurso. “Reconheço as dificuldades que houve na implementação de algo diferente para os laticínios dos Açores e isso faz-me ter ainda mais respeito pela marca. Este foi, desde logo, um fator que sempre me motivou a querer ajudar”, sublinha.
A entrada de Hugo Garcez na empresa veio trazer uma nova abordagem, colocando duas pessoas não só de gerações diferentes como com bases de conhecimento bem distintas, uma mais teórica e outra assente na prática de muitos anos, a trabalhar para um mesmo fim.
“Na verdade, só faltava mesmo encaixar a reconhecida fórmula e qualidade da Yoçor dentro daquilo que são as exigências do mercado no momento”, explica. “É desta forma que continuamos a crescer até aos dias de hoje.”
Esta capacidade de adaptação tem sido uma constante da empresa ao longo dos anos. O produto mais emblemático continue a ser o iogurte, tanto na sua forma mais natural como o aromatizado com frutos dos Açores, como o ananás, o maracujá ou a amora silvestre, mas a oferta é cada vez mais diversificada, de forma a ir de encontro às expetativas dos consumidores.
Atualmente, o nome Yoçor está impresso também em gelatinas, com e sem açúcares adicionados, embalagens em formatos familiares e até opções sem lactose.
Hugo Garcez sublinha que, a par destas inovações, está sempre uma atenção redobrada com a comunicação. “Hoje em dia, é muito importante essa relação com o produto, a sua origem. Há que saber relacionar a parte humana e apresentar um produto que seja um companheiro do consumidor e que este tenha orgulho em escolher”, defende.
2025 será um ano de remodelações que não se resume a um forte investimento em comunicação: “Não só queremos apresentar um produto mais bonito mas também transmitir os nossos valores, tendo em consideração aquelas que são as preocupações de hoje em dia”, sublinha, apontando as questões ambientais como as que estão no topo da lista de prioridades da empresa, algo que irá imprimir mudanças a vários níveis, desde o tipo de material utilizado para a produção das embalagens como na própria forma de entrega dos produtos. Entre elas está o investimento em veículos elétricos para distribuição e a substituição das garrafas de polietileno (PE) para Polietileno tereftalato (PET), um material reutilizado.
“Temos vindo a sensibilizar os produtores e os nossos fornecedores para adotarem também estas políticas e alguns deles já estão a fazer este esforço para atingirmos a meta de termos um material 100% reciclado”, garante, acrescentando que cabe às indústrias dar o exemplo do ponto de vista ambiental.
“A meu ver, não se trata apenas de ficar bem na fotografia mas de assumir uma responsabilidade, de nos sentirmos bem com o que fazemos”, defende.
Para além de todas estas missões, Hugo Garcez confessa que tem abraçado uma outra, mais emocional. “Ao longo dos anos, tornei-me cada vez mais sozinho nas decisões, mas hoje estou a trazer novamente a família aos negócios”, afirma, admitindo ser esta aquilo que, desde o início, o fez querer fazer parte deste projeto. “No final de contas, estas ligações são um motivador extra para darmos o nosso melhor”, sublinha.
Os produtos da Yoçor voam hoje bem mais alto que outrora, mas Hugo Garcez garante que a empresa continua a ter os pés bem assentes na terra e a querer cumprir a sua missão para com os açorianos, também ela com um vínculo emocional.
“Queremos continuar a crescer e a estar mais presentes em cada uma das ilhas. Nunca deixaremos de fazer um esforço extra para que isso aconteça”, garante.