Autor: Arthur Melo
O Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol - Secção Não Profissional, abriu processos disciplinares ao Rabo de Peixe e ao capitão da equipa, Diogo Andrade.
Os processos estão relacionados com eventuais insultos de natureza discriminatória e/ou atos de racismo no jogo que o clube da ilha de São Miguel realizou e venceu (0-2) no passado domingo, em Olhão, com o Olhanense, relativo à sexta jornada do Campeonato de Portugal Série D.
O jogador do Olhanense, Edson Pires, insurgiu-se junto do árbitro, aos 37 minutos, de forma enérgica, indicando que um jogador adversário (mais tarde identificado com o número 10) lhe tinha insultado com o termo “preto de merda”. Não acedendo à ordem de recuar para o jogo prosseguir, o árbitro exibiu o cartão amarelo. Face à resistência, classificada no relatório do jogo pelo árbitro Ricardo Góis como “agressiva” e tendo-lhe dado “um toque no peito”, foi exibido ao médio do clube algarvio o segundo amarelo e o consequente vermelho.
A defesa apresentada por Edson
Pires não o livrou de ser punido com um jogo de suspensão. Igualmente
suspensos com um jogo, mas por reclamações e entradas perigosas, foram
os jogadores do Olhanense Rodrigo Dantas e Ricardo Nunes.
Mais pesados foram os castigos para os dirigentes da SAD do clube de Olhão. O presidente Luís Torres e o diretor Bruno Serro foram punidos, cada, com 15 dias e 255€ de multa. A SAD foi multada em 510€ porque aquando da ida da equipa de arbitragem para o balneário, ao intervalo, foram arremessadas uma garrafa de água e um copo de cerveja.
Recorde-se que a Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto instaurou, 24 horas depois do jogo, um processo contraordenacional para apuramento dos factos e responsabilidade decorrentes do alegado insulto racista de Diogo Andrade a Edson Pires.