José Sócrates, que falava na abertura do Fórum da OIT sobre "Trabalho Digno para uma globalização justa", considerou que, nas actuais condições mundiais, são urgentes mecanismos de regulação da globalização e compromissos concretos em torno dos patamares básicos de cidadania a que cada ser humano tem de ter acesso.
"Enquanto Presidência em exercício da UE, quero sublinhar que a agenda de um trabalho digno não é uma lição de uns para outros, é um compromisso partilhado, que tem de ser lido consoante o contexto em que nos encontramos", disse.
Reconheceu que a UE tem, nesta matéria, "uma responsabilidade interna e externa a que não pode fugir: lutar pela melhoria dos standards sociais".
O primeiro-ministro justificou que faz parte da matriz histórica da UE a conciliação, a procura de interacções positivas entre o crescimento económico e a coesão social.
Para Sócrates são estas as questões que estão em discussão no Forum da OIT "e que tem uma conclusão antecipada: o trabalho, se for digno, é o melhor, mais poderoso e mais sustentável garante de avanços económicos e da integração social das pessoas à escala global".
"Vejo, por isso, na agenda do trabalho digno o potencial mobilizador e integrador que a Agenda de Lisboa tem tido para a Europa", disse.
José Sócrates afirmou ainda que aposta no trabalho digno como estratégia partilhada por todos a nível mundial, colocando o emprego e a dignidade como base fundamental de estratégias de desenvolvimento promotoras do crescimento sustentável e de patamares aceitáveis de coesão.
O governante reconheceu que a ligação entre o trabalho digno e as questões da globalização é essencial e agradeceu à OIT por ter lançado a agenda do trabalho digno e por a ter sabido aprofundar e sustentar ao longo dos anos.
O Fórum decorre em Lisboa até sexta-feira e conta com o apoio da presidência portuguesa da UE.
Dignidade para quem trabalha é "imperativo ético"
O primeiro-ministro, José Sócrates, defendeu quarta-feira que é "um imperativo ético" que quem participa em processos de geração de riqueza tenha acesso a níveis aceitáveis de dignidade e disse que a Europa tem uma responsabilidade a que não pode fugir.
Autor: Lusa / AO online
