Autor: Lusa/AO Online
“Há um excesso de confiança sobre o que poderá ser o ano de 2022. Não partilho dessa confiança toda ou desse otimismo todo que o Governo está a ter. Acho que o ano 2022 será um ano de algumas surpresas negativas”, afirmou Furtado à agência Lusa, a propósito das audições a membros do Governo Regional de coligação PSD/CDS-PP/PPM sobre as propostas de Plano e Orçamento.
O parlamentar não inscrito, que foi eleito pelo Chega nas eleições regionais de 2020 mas, em julho, perdeu a confiança política do líder nacional do partido, considerou que o contexto internacional pode provocar uma “tempestade perfeita” em 2022, exemplificando com o aumento dos preços dos combustíveis e das matérias-primas.
“Os nossos governantes não estão a olhar para isso com a devida atenção. Espero que exista um plano B para que, no caso de não se confirmarem os cenários otimistas que se estão a prever, haja, atempadamente, uma forma de colmatar esse otimismo”, afirmou.
Sobre o seu sentido de voto no Plano e Orçamento da região para 2022, o deputado disse tratar-se de uma “matéria que ainda requer algum estudo para definir uma posição”.
“Não tive acesso a nenhuma anteproposta de Orçamento da região. Tive do Plano, mas não tive do Orçamento, o que também dificulta bastante o trabalho”, afirmou.
Carlos Furtado criticou a concentração das audiências aos membros do executivo em dois dias, considerando “muito mau” que algumas das comissões tenham decorrido ao mesmo tempo.
“Existiram
coisas que correram mal neste processo. O facto de ter sido empurrado
muito tempo para a frente e restaram dois dias para fazer as audições.
E, com duas audições ao mesmo tempo, ou estou numa ou estou noutra
[comissão]. Isso não se deve repetir”, afirmou.