Açoriano Oriental
Crianças: 75% dos casos podiam ser evitados
Em Portugal, 75 por cento dos acidentes com crianças e jovens podiam ser evitados, disse hoje a presidente da Associação para a Promoção da Segurança Infantil (APSI).

Crianças: 75% dos casos podiam ser evitados

Autor: Lusa/AO Online
  Em declarações à agência Lusa, Sandra Nascimento afirmou que, apesar de ter havido um decréscimo nos acidentes com crianças e jovens e de a mortalidade infantil ter diminuído para 1/3 entre 1998 e 2006, “Portugal é dos piores países da Europa em termos de mortalidade de crianças e jovens devido a acidentes”.

    De acordo com a presidente da APSI, “os acidentes rodoviários estão no topo como os primeiros responsáveis” pela mortalidade infantil e juvenil, seguindo-se afogamentos, quedas de edifícios, queimaduras, intoxicações, estrangulamentos e asfixia.

    Entre 2004 a 2006, em média, 16 crianças até aos 17 anos foram vítimas de acidentes rodoviários, num total de 5.900 feridos e 54 mortes por ano, segundo dados da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária citados por Sandra Nascimento.

    Relativamente aos acidentes domésticos e de lazer, dados de 2005 do Observatório Nacional de Saúde, também referidos pela presidente da APSI, mostram que 680 crianças até aos 14 anos sofreram acidentes domésticos e de lazer, ou seja, 250 mil por ano.

    “Estes números são assustadores quando se sabe que 75 por cento dos acidentes poderiam ser evitados. Este ano, segundo a comunicação social, já houve 12 afogamentos [não são necessariamente mortes] e seis quedas de edifícios, mas pensamos que existam mais”, adiantou.

    A responsável da APSI considerou “vergonhoso” haver tantas crianças a caírem de edifícios e defendeu que a responsabilidade é dos pais, mas principalmente de quem “projecta, constrói e fiscaliza os edifícios”.

    “Quem vai habitar as casas não sabe avaliar certos tipos de riscos e, por isso, têm que ser os técnicos a assegurarem que os ambientes e os produtos são seguros”, sublinhou.

    Sandra Nascimento alertou ainda para a falta de uma “liderança forte e definida para a resolução do problema [dos acidentes com crianças e jovens] e de uma estratégia nacional para a prevenção destes acidentes”.

    “Em Portugal existe ainda a ideia de que o acidente é uma fatalidade que não se pode evitar e, por acharem que não depende delas, as pessoas não tomam precauções”, referiu a presidente da APSI.

    Os acidentes afectam mais os rapazes e podem acontecer em todos os estratos sociais, mas “em situações diferentes”, concluiu.

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