Açoriano Oriental
Comunicação social tem papel fundamental na melhoria da "conversa democrática"
O ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional, Miguel Poiares Maduro, disse esta quarta-feira que a democracia enfrenta vários desafios na atualidade e realçou o papel da comunicação social na melhoria da "conversa democrática".
Comunicação social tem papel fundamental na melhoria da "conversa democrática"

Autor: Lusa/AO Online

 

“É fundamental o papel da comunicação social, enquanto editores da esfera pública. É fundamental esse papel na melhoria do nível da conversa democrática em que assenta a nossa cultura política. De novo, não compete ao Governo definir como é que isso vai acontecer”, afirmou Poiares Maduro durante o discurso na conferência “O jornalismo (que temos) é útil à democracia?”, organizada, na Casa da Música, no âmbito dos 40 anos do semanário Expresso.

Poiares Maduro, anteriormente professor no Instituto Universitário Europeu e integrante do grupo de alto nível da Comissão Europeia sobre pluralismo dos Media e Liberdade de Informação, afirmou que a democracia enfrenta desafios em relação ao “espaço”, ao “modo” e ao que classificou como “curto-termismo”.

“O espaço da deliberação democrática corresponde cada vez menos ao espaço de determinação das políticas. Ou seja, certas políticas são determinadas não necessariamente por mecanismos formais de decisão, pela própria interação e interdependência entre diferentes políticas nacionais no seio da Europa, [mas sim] determinadas num seio de decisão que não corresponde ao nível de participação política”, disse o ministro perante uma audiência que incluía o anterior presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Rio, e o presidente do conselho de administração da Impresa, Francisco Pinto Balsemão.

Poiares Maduro acrescentou existir, no âmbito da questão do espaço, “uma assimetria geográfica da participação política, muito relevante num país como Portugal”, que “leva a que frequentemente a participação política, ou seja, aqueles que determinam o resultado das eleições, estejam concentrados em certas partes do território e isso traduz-se em que os incentivos para as políticas que são seguidas favoreçam depois essas partes do território”.

Já no que diz respeito ao “curto-termismo”, o ministro salientou que “o tempo a que responde a política dos ciclos eleitorais não corresponde necessariamente ao tempo das políticas estruturais que são necessárias em termos de Estado. Todos os incentivos de modo de funcionamento da política vão no sentido de decisões que são determinadas sobretudo com base no curto termo e não nos interesses de longo prazo e de sustentabilidade da sociedade. Vários destes desafios intercetam com os desafios que enfrenta a própria comunicação social”.

“O grande desafio comum que o jornalismo e a democracia têm hoje é aquele de contribuir para um melhor debate público, de contribuir para um melhor espaço público”, destacou.

 

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