Comandante da SATA diz que conforto a bordo dos A310 é que é obsoleto

O comandante da SATA Internacional Luís Miguel Sancho precisou esta terça-feira que o que considera "completamente obsoletos" são os níveis de conforto a bordo dos aviões A310 e assegurou que a companhia aérea açoriana é "segura".


Luís Miguel Sancho, comandante na transportadora aérea desde 2001, foi ouvido na segunda-feira na comissão parlamentar de inquérito ao Grupo SATA, em Ponta Delgada, onde classificou como "completamente obsoletos" os A310 ao nível do conforto no interior da cabine, em comparação com a concorrência.

"Em nenhum momento coloquei em causa a segurança da frota A310 ao serviço da SATA Internacional no momento presente. As minhas declarações referiam-se à competitividade da companhia, nomeadamente nas rotas em que a concorrência oferece melhores níveis de conforto aos passageiros, como é o caso da qualidade do entretenimento a bordo", disse hoje Luís Miguel Sancho, numa nota enviada à Lusa.

O comandante referiu ainda que foi ao colocar-se no papel de um potencial passageiro das rotas de médio/longo curso e perante a oferta existente no mercado que afirmou "eu como passageiro não entrava num avião da SATA".

"A SATA Internacional é uma companhia segura, se assim não fosse nem eu prestaria lá serviço e como comandante estou obrigado por lei a relatar a situação à entidade aeronáutica ANAC", afirmou Luís Miguel Sancho.

Aos deputados, o comandante, que em seis meses teve dois processos disciplinares, considerou que os A310 deveriam ser rentabilizados "mais alguns anos", mas a companhia aérea já decidiu passar a voar com os A330.

"Os aviões não têm idade, podem voar praticamente para sempre se formos tomando bem conta deles. A questão aqui é sempre a apresentação do avião", referiu o comandante e auditor na SATA, acrescentando que sempre transmitiu às chefias as "questões relativas à segurança do voo para serem corrigidas e foram sempre desvalorizadas".

Segundo Luís Miguel Sancho, "não há aqui nenhuma cabala contra a administração, mas as pessoas têm de ser responsabilizadas, porque os problemas foram dados a conhecer de várias formas".

O comandante com experiência nacional e internacional no meio aeronáutico deu também conta do que considerou serem incumprimentos do departamento de escalas da SATA, que "acarretam custos para a empresa e desmotivam trabalhadores".

"Sou pago para fazer 900 horas por ano, mas a empresa só me dá 300 horas por ano e pagam-me o mesmo ordenado. É uma empresa muito boa para mim, mas é incomportável manter-se as coisas nesses moldes", afirmou Luís Miguel Sancho, acrescentando que, por outro lado, "há colegas que têm muitas horas extra", pelo que "a empresa não está a rentabilizar os seus trabalhadores".

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