Autor: Lusa/AO Online
"Os trabalhadores e os pensionistas estão a ser confrontados com um novo ataque às reformas, por isso, a CGTP decidiu fazer esta campanha contra o roubo nas pensões e o aumento da idade da reforma", disse Arménio Carlos em conferência de imprensa.
Segundo o sindicalista, a campanha a desenvolver junto da opinião pública será de "denuncia, protesto e proposta".
Arménio Carlos criticou o corte de 10% que o Governo vai aplicar nas pensões pagas pela Caixa Geral de Aposentações (CGA) e responsabilizou o Estado pela alegada debilidade financeira da CGA por não ter feito, até 2012, os depósitos mensais da responsabilidade da entidade patronal.
"Este corte é imoral, ilegítimo e inconstitucional e é inaceitável", disse.
Arménio Carlos considerou igualmente inaceitável a proposta do Governo no sentido de aumentar a idade da reforma para os 66 anos e a alteração à fórmula de cálculo do aumento da esperança média de vida, que se repercute também na idade de reforma.
"Os portugueses e em particular os reformados tem de repudiar e combater estas medidas", disse apelando à participação na concentração convocada para dia 25, para Lisboa, pela Frente Comum de sindicatos da Administração Pública.
Entretanto, no âmbito da campanha, a Intersindical vai lançar uma petição "contra o roubo nas pensões e o aumento da idade da reforma", que será entregue em novembro na Assembleia da República, antes da aprovação do Orçamento do Estado.
"Esta campanha irá ter uma grande dimensão e os portugueses, em particular os reformados, poderão fazer ouvir a sua voz através da assinatura da petição", afirmou Arménio Carlos, acrescentando que a central sindical vai também pedir reuniões aos partidos, ao Presidente da República e outras entidades para abordar esta matéria.
Arménio Carlos reafirmou a convicção de que os cortes de pensões e o aumento da idade de reforma não respeitam o princípio constitucional da confiança e prometeu que a Inter tudo fará para que esta legislação seja fiscalizada pelo Tribunal Constitucional.