Açoriano Oriental
CDS quer presença da ERC e RTP no parlamento
 O CDS-PP vai solicitar a presença no parlamento da Entidade Reguladora da Comunicação Social e da RTP, tendo em conta os resultados do Relatório Intercalar de avaliação do pluralismo político-partidário na informação do serviço público de televisão hoje divulgado.

Autor: Lusa/AO online
 No relatório, a ERC avisa para a possibilidade de serem adoptadas "medidas adicionais" se a RTP mantiver programas de comentário político afectos apenas ao PS e PSD, e insta a estação pública de televisão a promover uma representação mais plural nos programas de comentário político "no curto prazo".

    "Há um problema claro, identificado e que é importante corrigir. O CDS vai solicitar uma audição parlamentar com a presença da ERC e chamar a RTP para perguntar o que tenciona fazer para corrigir o assunto", disse à Lusa Pedro Mota Soares do CDS/PP.

    O Bloco de Esquerda defende que "é altura da ERC passar das palavras aos actos, no sentido de aumentar o pluralismo".

    "O Bloco Central não pode deter o ponto de vista das ideias no monopólio do comentário político. Além da proporção de tempo há outra coisa que é preciso ter em atenção. As notícias da oposição são cada vez mais relegadas para horários tardios", referiu Fernando Rosas.

    Já Alberto Aarons de Carvalho, do PS, defende que "não compete aos partidos intrometerem-se nos critérios da RTP, que tem de ter em conta os seus estatutos, bem como os critérios jornalísticos".

    "A pergunta que se impõem é: como vai a RTP satisfazer estes critérios? Os telejornais têm sempre de conciliar o interesse jornalístico dos assuntos com a representação política, uma matéria que não é fácil", referiu.

    O PSD, através de Luís Campos Ferreira, defende que "a ideia de quem convida Marcelo Rebelo de Sousa e António Vitorino não é a de que façam comentários em representação do PSD e do PS".

    "A motivação do convite é o valor intrínseco que estas personalidades têm. Não vejo que haja um atrofiamento do pluralismo", afirmou.

    No entanto, Luís Campos Ferreira refere que "se a ERC fez recomendações à direcção de informação da RTP (baseadas num acordo feito entre os partidos políticos com assento parlamentar) quanto à sobre-representação do governo PS, estas devem ser cumpridas".

    O Partido comunista responsabiliza, num comunicado enviado à Lusa, "os diferentes governos do PS, do PSD e do CDS-PP que, ao longo dos anos, deram cobertura a uma prática da RTP contrária à natureza do serviço público, ao pluralismo e ao seu papel na vida democrática".

    "O que se exige face a este relatório, é uma profunda alteração dos critérios e da prática da RTP no sentido da promoção do pluralismo-político partidário, no plano dos noticiários, do comentário, do debate e da opinião política que não pode, como até aqui, continuar a excluir os membros do PCP", pode ler-se na nota do partido.

    No relatóriom a ERC refera também que é "positivo o facto de, à excepção do Jornal da Tarde, o operador público ter, no primeiro semestre de 2008, corrigido a sobre-representação, identificada no relatório de 2007, do Governo (em conjunto com o PS) no Telejornal, no Jornal 2 e no bloco informativo das 24:00 da RTPN".

    No entanto, alerta, estes blocos de informação passaram a ter "novos desvios, agora por defeito mas menos acentuados, face aos valores-referência atribuídos ao Governo e ao PS".

   

    JRS.
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