Autor: Carolina Moreira
A Câmara de Comércio e Indústria de Angra do Heroísmo (CCIAH) critica a “desresponsabilização política” dos partidos com assento no parlamento regional relativamente à “situação financeira da Região”.
Em comunicado, os empresários da Terceira dizem-se
“profundamente preocupados” com o facto de alguns partidos terem
apresentado propostas de alteração ao Plano de Investimentos da Região
para 2025 que, “caso todas fossem aprovadas, resultariam num impacto
orçamental adicional de cerca de 30 milhões de euros, já para não
referir as propostas apresentadas no âmbito do Orçamento, todas elas sem
a respetiva explicação de ‘onde se vai buscar a verba’ para a sua
execução”.
“Enquanto associação empresarial, alertamos todos os
partidos e a sociedade em geral que a alocação de despesa permanente à
dotação provisional é um erro grave, uma vez que esta opção desvirtua a
política orçamental e representa, a partir do Parlamento, um mau exemplo
para a boa governação dos Açores”, apontam os empresários.
A CCIAH acusa, por isso, os partidos com assento na Assembleia Legislativa Regional de “inconsciência política” na gestão dos recursos públicos dos Açores e de se preocuparem “exclusivamente” com a “agenda partidária e não com o bem comum”.
“Consideramos que esta prática, reiterada no tempo e praticada por todos, inclusive por quem agora está na governação, mais do que condicionar as finanças regionais – uma vez que a maioria das propostas foram rejeitadas – evidencia inconsciência política quanto à gestão dos recursos públicos e preocupação exclusiva com a agenda partidária e não com o bem comum”, consideram.
Nesse sentido, a CCIAH apela a um “escrutínio íntegro da ação governativa e convida todos os grupos parlamentares a identificarem, daqui em diante, onde se pode poupar nos gastos ou onde se pode adiar determinados investimentos, fazendo um exercício de cidadania política face à situação financeira adversa”.
“Só assim estaremos a garantir o futuro da Autonomia que, neste momento, se encontra fortemente ameaçado. Estaremos também a assegurar que o futuro das gerações vindouras não fique hipotecado”, destacam em nota de imprensa.
Os empresários finalizam a declaração pública manifestando esperança para que a Região tenha “condições” para cumprir as suas obrigações, nomeadamente com o “tecido empresarial que, reiteramos, é o único que gera riqueza nos Açores”, pode ler-se no documento.