Para a composição deste dossiê a equipa coordenadora do Azores 2027 realizou "um amplo processo de auscultação que passou por Ponta Delgada, pelos seis municípios da ilha de São Miguel e pelas nove ilhas dos Açores", sublinha a informação divulgada pela autarquia.

Ao todo estiveram envolvidos 400 artistas, agentes culturais, líderes comunitários, agentes de mudança, instituições, festivais e a sociedade civil.

O documento agora entregue será disponibilizado publicamente, no ‘site’ do Azores 2027, após a audiência com o júri, na cidade de Lisboa, o que deverá acontecer durante os primeiros meses de 2022, em data a definir.

Espera-se que as cidades portuguesas que passam à segunda fase de seleção sejam anunciadas ainda durante o primeiro trimestre do próximo ano.

Apesar de ser conduzida pelo município de Ponta Delgada, em São Miguel, o projeto Azores 2027 é “estruturante para a Cultura não só de Ponta Delgada, mas de toda a Região Autónoma dos Açores”, destaca o presidente da autarquia, Pedro Nascimento Cabral, a propósito da entrega, no dia 19 de novembro, do dossiê de candidatura de Ponta Delgada/Açores a Capital Europeia da Cultura para ser analisado pelo júri internacional.

O autarca, citado numa nota, frisa que a Câmara Municipal de Ponta Delgada está “absolutamente empenhada” no projeto Azores 2027, manifestando-se confiante na passagem "às fases seguintes".

“Partimos para esta fase certos da excelência do trabalho que foi desenvolvido pela equipa do Azores 2027", sublinha Pedro Nascimento Cabral.

"A Natureza Humana [mote do projeto] parte da cidade para o concelho de Ponta Delgada, da ilha de São Miguel para as nove ilhas do arquipélago, da Europa para o mundo para criar um recreio, uma academia e um palco, e transformar a nossa Capital Europeia da Cultura num arquipélago europeu da cultura", realça a autarquia.

De acordo com o autarca, o dossiê tem 60 páginas e responde "a 38 questões e a seis critérios de avaliação, nomeadamente Contribuição para a Estratégia Cultural a Longo Prazo, Programa Artístico e Cultural, Dimensão Europeia, Alcance e Desenvolvimento de Públicos, Gestão, e Capacidade de Execução".

O programa artístico e cultural da candidatura "parte do pensamento arquipelágico em quatro eixos estratégicos: Arquipélago de Multiplicidade, Arquipélago de Participação, Arquipélago de Natureza e Europa e o Arquipélago da Europa e do Mundo", indica.

Na prática, são propostos uma série de projetos artísticos e culturais de diferentes expressões, com o desafio de envolver, atrair e incorporar formas criativas de participação.

"Todos os arquipélagos são interligados e complementares, e contam uma narrativa da Europa, do Oceano Atlântico, dos Açores e de Ponta Delgada. Trata-se de uma narrativa de sustentabilidade social, cultural e ecológica, que aborda temas e valores europeus em torno de questões centrais da atualidade e do futuro dos Açores", descreve a Câmara.

Doze municípios portugueses formalizaram a candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2027, confirmou à Lusa o Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliação Culturais (GEPAC).

Foram submetidas candidaturas por Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Guarda, Leiria, Oeiras, Ponta Delgada, Viana do Castelo e Vila Real.

A Capital Europeia da Cultura é uma iniciativa comunitária, que teve início em 1985 e tem como objetivo promover anualmente a dinamização cultural e a qualidade de vida de diferentes cidades da Europa.

Em 2027, o título de Capital Europeia da Cultura vai ser partilhado entre uma cidade portuguesa e uma da Letónia.