Açoriano Oriental
Covid-19
Brasil lançará leilão internacional para medicamentos de intubação

O ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Queiroga, disse na quarta-feira que o executivo irá realizar um leilão nacional e internacional para tentar repor os stocks de medicamentos para intubação de pacientes infetados com Covid-19.

Brasil lançará leilão internacional para medicamentos de intubação

Autor: Lusa/AO Online

No momento em que o Brasil enfrenta o seu pior momento na pandemia, o país regista ainda uma significativa escassez deste tipo de fármacos, como sedativos, usados em pacientes internados nas unidades de terapia intensiva (UTI).

Em conferência de imprensa, o ministro informou que a licitação ocorrerá sem fixação de preços.

Além disse, Marcelo Queiroga, que tomou posse como ministro no mês passado, anunciou que Espanha irá doar ao país 80 mil itens do chamado "kit intubação". A previsão de chegada dos consumíveis é na próxima semana.

"A Vale [empresa mineira brasileira] já nos doou dois milhões desses itens que foram distribuídos para Estados e municípios. Há ainda 1,1 milhões [para receber], sendo que 900 mil chegam na próxima semana e 200 mil na primeira semana de maio. (...) Espanha vai doar 80 mil itens desse kit de intubação com previsão de chegada na próxima semana", disse Queiroga, que é médico cardiologista.

“Estamos a trabalhar na prospeção desses insumos [consumíveis], seja no Brasil ou no exterior, de tal sorte que não haja um desabastecimento no mercado. A minha opinião é que estamos muito próximos de vencer a fase mais crítica em relação a ‘kits de intubação’ e oxigénio”, avaliou.

Fazem parte do "kit de intubação" fármacos como analgésicos, relaxantes musculares ou sedativos.

Segundo a imprensa brasileira, citando vários profissionais de saúde, alguns pacientes intubados tiveram de ser amarrados às camas, ao acordarem e tomarem consciência, por falta de sedativos nos hospitais do país.

Na conferência de imprensa, o ministro abordou ainda o plano nacional de imunização contra a covid-19 e afirmou que imunização das mais de 77 milhões de pessoas que integram os grupos prioritários só deve ser concluída em setembro, um atraso de cerca de quatro meses em relação à previsão feita pelo seu antecessor no cargo, o general Eduardo Pazuello.

"O calendário é sujeito às entregas. (...) A Covax Facility não nos entrega o que foi acordado. Há uma carência nesses insumos que vêm de outros países. Isso não é uma questão do Brasil, é uma questão mundial”, afirmou.

Apesar da estimativa, o ministro disse que ainda não irá divulgar uma nova atualização do cronograma de entregas de vacinas às 27 unidades federativas do país.

Queiroga declarou ainda que está em negociação com a Pfizer para uma compra de 100 milhões de doses de imunizantes para 2022.

O governante advogou que o Brasil é um dos países que mais vacina em todo o mundo e apelou a que a imprensa e a população deixe de "ver só problemas".

"Não fiquem com essa coisa de ficar contando dose de vacina, vamos vacinar a população brasileira", frisou.

Na quarta-feira, o Brasil superou os 27,5 milhões de imunizados contra a covid-19. O total de pessoas que receberam pelo menos uma dose da vacina contra a doença chegou a 27.523.231, o equivalente a 13% da população nacional, segundo um levantamento feito por consórcio da imprensa local.

O Brasil, que enfrenta atualmente a pior fase da pandemia, totaliza 381.475 mortes e 14,1 milhões de infetados pelo novo coronavírus.


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